No dia 3 de julho, durante uma operação da Guarda Civil Metropolitana na Avenida São João com a Avenida Angélica, no Minhocão, caminhões roubaram todos os pertences dos cidadãos desabrigados, que reagiram com palavras ofensivas e insultos contra os responsáveis, que por outro lado, utilizaram armas para dispersar a multidão que reivindicava a devolução de seus bens.
A autoridade policial foi questionada sobre o ocorrido, mas não ofereceu qualquer explicação sobre a ação, que pode ser considerada criminosa e covarde, contra pessoas que já vivem em condições precárias nas ruas de São Paulo.
Infelizmente, essas ações de “limpeza” na região ocorrem de forma sistemática e cruel contra os cidadãos desabrigados da região. A GCM, como a Polícia Militar, utiliza armas de fogo para intimidar uma população sem-teto, esmagada pelas condições de miséria absoluta e indefesa.
Diante dessas e outras situações de uso excessivo de força, é preciso pedir o fim do aparato repressivo, o fim da Polícia Militar e da GCM.
Na capital paulista, o número de cidadãos desabrigados é de 31.884 pessoas, de acordo com o último censo, de 2021. Em números, essa quantidade é maior do que o total de habitantes em 89% dos municípios do Brasil.
O problema das pessoas sem teto é alarmante, não sendo possível de ser resolvido com a repressão e nem com a expulsão dos mesmos. É preciso uma política de fornecer moradia para essas pessoas, pois são famílias inteiras que vivem na rua, pois não conseguem pagar os aluguéis.