A Polícia Federal (PF) cumpre nesta quinta (11) cinco mandados de prisão contra ex-servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e influenciadores digitais do gabinete do ódio. Os mandados fazem parte da quarta fase da operação Última milha, com objetivo de desarticular organização criminosa voltada ao monitoramento ilegal de autoridades públicas e à produção de notícias falsas, utilizando-se de sistemas da Abin.

Policiais federais cumpriram cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, nas cidades de Brasília/DF, Curitiba/PR, Juiz de Fora/MG, Salvador/BA e São Paulo/SP.

Quatro prisões já foram efetuadas: Giancarlo Gomes Rodrigues; Matheus Sposito, que foi assessor da Secretaria de Comunicação Social (Secom) na gestão passada; Marcelo de Araújo Bormevet; e Richards Dyer Pozzer.

Segundo a PF, membros dos Três Poderes e jornalistas foram alvos de ações do grupo, incluindo a criação de perfis falsos e a divulgação de fake news. A organização também acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos.

“Os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio”, diz a nota da PF.

Um dos alvos é o agente da PF Marcelo Araújo Bormevet, que fazia parte da segurança do ex-presidente Jair Bolsonaro na campanha de 2018. Pelo trabalho, Bormevet ganhou a confiança do ex-mandatário e do delegado da PF Alexandre Ramagem, que o alçou como chefe do Centro de Inteligência Nacional (CIN) da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Também foi preso Matheus Sposito, que foi assessor da Secom no governo Bolsonaro e chegou a ser investigado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid por supostamente integrar um ‘gabinete paralelo’ que defendia a utilização de medicamentos sem eficácia comprovada.

A Abin utilizou um programa secreto chamado FirstMile para monitorar a localização de alvos pré-determinados por meio dos aparelhos celulares. A Polícia Federal abriu um inquérito e identificou que a ferramenta foi utilizada para monitorar políticos, jornalistas, advogados e adversários do governo de Bolsonaro.

De acordo com a PF, além de policiais federais e servidores da Abin, o então diretor da pasta à época, Alexandre Ramagem, e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro são investigados por suposta participação na chamada “Abin paralela”. Eles foram alvos de mandados de busca e apreensão. Ambos negam o crime.

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Última Atualização: 11/07/2024