Goiás, estado governado pelo governador Ronaldo Caiado, tem registrado um patamar alto de mortes por ação policial e uma série de polêmicas envolvendo ações de forças de segurança. O caso mais recente envolve o goleiro Ramón Souza, do Grêmio Anápolis, que levou um tiro de bala de borracha por um agente na perna.
Casos de letalidade policial aumentaram durante o mandato de Caiado: em 2018, antes de sua posse, foram 429 mortes por ações de forças de segurança, enquanto nos quatro anos seguinte (2019-2022) a marca sempre superou as 500 mortes. Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Além das mortes causadas por agentes de segurança, homicídios dolosos, latrocínios e mortes após lesão corporal aumentaram no período. Em 2022, por exemplo, das 1.780 mortes violentas, 538 ocorreram por intervenção de policiais.
O caso do goleiro é a mais recente polêmica da polícia do governador. Caiado afirmou que afastou o PM que efetuou o disparo e a Corregedoria da Polícia Militar do estado abriu um inquérito para apurar o crime de lesão corporal e instaurou um procedimento administrativo disciplinar.
Antes, as forças de segurança do estado já haviam protagonizado outros episódios polêmicos, como o vídeo em que policiais militares cantam uma música incitando a violência, cuja letra fala de assassinato e caça a testemunhas.
Em abril, policiais invadiram uma casa por engano em Aparecida de Goiânia, na região metropolitana de Goiânia, para cumprir um mandado judicial. Autoridades arrombaram o portão de uma residência e abordaram os moradores, mas no endereço errado.
Em 2021, o governo Caiado ficou marcado pela caça ao serial killer Lázaro Barbosa, que foi morto após 20 dias de perseguição.
Mesmo com as polêmicas e a letalidade policial, Caiado usa o trabalho da Segurança Pública de seu governo como uma bandeira para viabilizar a candidatura presidencial em 2026. Ele tem dito que a área foi a que mais avançou durante sua gestão.
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