Um relatório produzido pela Defensoria Pública de São Paulo e encaminhado ao Supremo Tribunal Federal revela que policiais militares de SP estão manipulando a gravação das câmeras corporais para esconder ações irregulares.

O levantamento faz parte da representação da Defensoria que solicitou que o STF determine o uso obrigatório de câmeras por policiais militares em operações no estado de São Paulo. Nesta segunda-feira 9, o ministro Luís Roberto Barroso atendeu o pedido e decidiu pela obrigatoriedade do uso do equipamento.

Segundo o documento, os agentes tem tentado burlar as regras para não deixar o equipamento registrar as ações. Em 68% das ocorrências gravadas pelas câmeras corporais de PMs há obstáculos ou dificuldades para saber o que de fato ocorreu.

A Defensoria listou os principais obstáculos observados, sendo eles:

  • O afastamento do policial equipado com as câmeras corporais do local da abordagem (24%);
  • A ocultação da câmera por algum anteparo ou direcionamento a local diverso da abordagem como o rosto do policial, seu braço ou o chão (32%);
  • a retirada da câmera corporal, deixando na viatura ou em outra localização (39%); e
  • o desligamento da câmera corporal no momento da abordagem policial (5%).

Em relação aos 100 casos analisados, em 36% dos registros não houve acionamento do som por parte do agente de segurança no momento da abordagem policial.

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Last Update: 09/12/2024