Na última domingo (18), policiais militares da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam) assassinaram Natanael Venâncio Almeida, de 19 anos, dentro de sua casa na Vila Andrade, Zona Sul de São Paulo. O jovem, que saiu para comprar remédios para a mãe, foi baleado após fugir de uma abordagem por estar sem capacete e habilitação, temendo a perda de sua moto, segundo a família.
Maria Betânia Venâncio, mãe de Natanael, relatou ao g1: “voltou com a Rocam correndo atrás dele. Ele entrou com tudo para dentro de casa. Eu fui encostar a porta, a Rocam veio e bateu na porta. Depois, entraram e atiraram no meu filho. Eu falei: ‘Não atira, não, não atira’”. O jovem, que deixou uma filha de um ano, foi morto na frente da mãe, em um ato de brutalidade que chocou a comunidade. Na segunda-feira (19), moradores protestaram, incendiando um carro na Avenida Carlos Caldeira Filho.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informou que o caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e pela Polícia Militar, via Inquérito Policial Militar. As câmeras corporais dos policiais, as armas usadas e laudos periciais foram encaminhados para análise. A pasta afirmou: “os policiais militares utilizavam as câmeras operacionais portáteis, cujas imagens serão analisadas no decorrer das investigações”, e defendeu a PM como “instituição legalista, que não tolera excessos ou desvios de conduta”.
O assassinato de Natanael expõe a violência descontrolada de policiais que agem como psicopatas, invadindo lares e executando jovens sem justificativa. Casos semelhantes, como a morte de João Pedro Mattos, de 14 anos, em 2020, no Rio de Janeiro, mostram um padrão de abusos. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a polícia brasileira matou 6.416 pessoas em 2023, com negros representando 76% das vítimas, apesar de serem 54% da população.
A PM, longe de proteger, opera como máquina de repressão, ceifando vidas em nome de um suposto combate ao crime. A extinção dessa organização criminosa é urgente, assim como o reconhecimento do direito à autodefesa armada da população, para que comunidades não fiquem à mercê de assassinos fardados.