O cidadão colombiano radicado em São Paulo Michael Stiven Ramirez, foi morto a tiros por policiais militares na capital paulista durante um episódio de surto psicótico. A ação ocorreu na véspera de Natal, em um apartamento no centro da cidade, mas só veio a público recentemente. Segundo as imagens das câmeras corporais dos agentes, Ramirez foi atingido por nada menos que 40 disparos.
Os quatro policiais que participaram da abordagem foram afastados de suas funções enquanto a Secretaria de Segurança Pública (SSP) conduz investigações sobre o caso. Além do inquérito da Polícia Civil, que apura a conduta dos agentes e as circunstâncias da morte, a Polícia Militar instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM). Há suspeitas de que os envolvidos tenham combinado uma versão dos fatos no Boletim de Ocorrência para justificar os disparos.
A SSP divulgou nota informando que os policiais foram indiciados por homicídio e que as investigações prosseguem sob sigilo. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) aguarda laudos periciais para complementar as investigações.
Segundo o relato registrado no boletim de ocorrência, os policiais foram acionados por uma vizinha, que relatou ouvir gritos de uma criança e ver marcas de sangue na varanda do apartamento onde Ramirez estava. Ao chegar ao local, os agentes o encontraram esfaqueando um cachorro. A equipe tentou negociar para que ele se entregasse.
Em determinado momento, Ramirez atendeu ao pedido dos policiais para soltar a faca, colocando-a de lado. Contudo, quando um dos agentes tentou se aproximar, ele pegou o objeto novamente. Diante da situação, os policiais utilizaram uma arma de choque, mas o equipamento falhou. Logo após, os agentes abriram fogo, disparando contra Ramirez, que morreu no local. O cachorro que motivou a ação violenta da PM também acabou atingido.
As armas utilizadas na ação, bem como a faca e a arma de choque, foram apreendidos para perícia. O caso foi registrado como “morte decorrente de intervenção policial” e segue sob investigação.
A repercussão do caso levanta mais uma vez o debate sobre a letalidade policial no Brasil. A ação dos agentes, que resultou na morte de um homem em surto e no possível encobrimento dos fatos, reforça como a polícia age de maneira descontrolada e impune. Em vez de proteger a população, a instituição se converte em uma ameaça constante, especialmente para grupos mais vulneráveis. Casos como esse evidenciam a necessidade urgente de desmilitarização e da extinção da polícia como modelo de segurança pública.

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Last Update: 15/03/2025