O sargento João Pedro, que fala sobre celebrar a morte de criminosos em confrontos com charuto e cerveja em vídeo com youtuber, é réu por homicídios em Paraisópolis (SP). Ele é um dos 13 acusados de participar do assassinato de nove pessoas em baile funk na região em dezembro de 2019.
O militar era motorista do primeiro tático móvel a chegar na favela e prestou apoio a outros agentes durante a perseguição a duas motos. Os fugitivos teriam atirado contra patrulheiros e motivado a confusão que deixou nove mortos e 12 feridos. A maioria das vítimas foi pisoteada na ocasião.
Segundo a Polícia Militar, o veículo dos agentes foi atacado por pessoas que estavam no baile funk. Os policiais teriam reagido com armas menos letais, como bombas de efeito moral e balas de borracha. Eles deixaram o local sem ferimentos, mas voltaram ao baile para socorrer pessoas feridas.
Ao contrário da versão da polícia, no entanto, o Ministério Público (MP) afirma que o sargento desceu da viatura com o cassetete em mãos e passou a agredir quem buscasse fugir do tumulto por aquela esquina. Na ocasião, Pedro foi afastado do trabalho junto dos outros agentes.
“Os denunciados assim agiram pela torpe motivação de causar tumulto, pânico e sofrimento, em abusiva demonstração de poder e prepotência contra a população que estava em evento cultural”, diz trecho da denúncia do MP.
Ele passou a trabalhar em uma nova equipe da Força Tática, que foi entrevistada pelo youtuber Mateus Silva para falar sobre a rotina da corporação. Foi em um vídeo do produtor de conteúdo que o sargento disse celebrar a morte de criminosos com charutos e cerveja.
Veja o vídeo: