O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) investiga uma ligação entre a tenente-coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Ana Luiza Silva, e a esposa do major João Pedro Silva. Na conversa, Ana sugere que João e outros dois oficiais da PMDF deveriam adotar “a mesma linha de defesa” em relação aos atos terroristas de 8 de janeiro.
Durante o telefonema, Ana orienta a esposa de João a intermediar um contato entre os advogados do major e os defensores do então comandante-geral da PMDF, coronel Luís Carlos Vieira, e do capitão Leonardo Pereira César, conforme reportagem do Metrópoles.
“Qual a ideia? É você colocar a advogada do capitão Leonardo e o advogado do coronel Luís Carlos para vocês fazerem uma mesma linha de defesa, entendeu? Porque é uma história só”, afirmou Ana. E completou: “É muito importante porque a história de vocês converge, né? Para depois não ter ruído, na hora de dar as declarações.”
⏯️ PM ligou para mulher de major preso no 8/1 para combinar defesa
MP pediu que a Corregedoria da PMDF apure a circunstância da ligação da tenente-coronel Ana Luiza Silva para esposa de PM investigado pelo 8/1
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— Metrópoles (@Metropoles) December 27, 2024
Na época dos atos golpistas, Ana, que era comandante do batalhão responsável pela Esplanada dos Ministérios, estava de férias e, por isso, não participou diretamente das operações. O major João Pedro Silva assumiu o comando da tropa quando os ataques às sedes dos Três Poderes começaram. Mesmo assim, Ana não foi incluída como ré na ação penal que apura possíveis omissões da PMDF durante o episódio.
João e Luís Carlos, no entanto, chegaram a ser presos, juntamente com outros integrantes do alto escalão da PMDF. Atualmente, todos aguardam o desenrolar do processo em liberdade, sob medidas cautelares.
Na última quinta-feira (26), a 3ª Promotoria de Justiça Militar do MPDFT solicitou a abertura de um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar o teor da ligação de Ana com a esposa do major João.
Em nota, a Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal confirmou o recebimento do ofício e anunciou o registro do caso. “Será instaurado Inquérito Policial Militar (IPM) para apuração dos fatos narrados”, informou a corporação.