Na última quinta-feira (12), a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) usou spray de pimenta contra professores da rede pública em greve durante uma marcha rumo à Secretaria de Educação, no shopping ID, em Brasília. A ação ocorreu após assembleia no Eixo Monumental, onde a categoria decidiu manter a paralisação iniciada por demandas salariais e trabalhistas.
Vídeos gravados pelos professores mostram um policial discutindo com uma servidora que se recusou a soltar a porta da Secretaria. Segundos depois, o agente disparou spray de pimenta diretamente no rosto da mulher. A repressão gerou revolta entre os manifestantes, que denunciaram abuso de autoridade. Segundo a Secretaria de Educação, das 713 escolas públicas do DF, 102 aderiram integralmente à greve, enquanto outras funcionam parcialmente.
A categoria exige reajuste salarial de 19,8%, enquadramento do tempo de serviço de professores temporários quando efetivados, aumento do percentual de progressão por padrões e valorização da progressão horizontal por titulações como especialização, mestrado e doutorado. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) declarou a greve ilegal, impondo multa diária de R$300 mil ao Sindicato dos Professores (Sinpro-DF). O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, suspendeu uma multa anterior de R$1 milhão, mas manteve a ordem de encerramento da paralisação e o corte de ponto.
O governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou que cortará o ponto dos grevistas e descartou reajustes salariais para o funcionalismo em 2025. A decisão intensificou a tensão com os professores, que prometem manter a mobilização. O Sinpro-DF planeja recorrer da multa e busca diálogo com o governo para atender às reivindicações.
A repressão policial gerou críticas de movimentos sindicais, que acusam o governo de criminalizar a luta dos trabalhadores. A categoria organiza novos atos para pressionar por negociações, enquanto expõe as péssimas condições de trabalho na educação pública do DF.