O Plebiscito Popular teve início nesta terça-feira (1) e vai até 7 de setembro. A consulta nacional visa reunir a opinião popular sobre temas fundamentais para tornar o Brasil mais justo. A finalidade da mobilização é pressionar o Congresso Nacional sobre dois temas prioritários: redução da jornada de trabalho e correção da tabela do Imposto de Renda.

Dessa maneira, a cédula de votação, que pode ser encontrada em urnas distribuídas por todo o país, contém duas questões:

  • Você é a favor da redução da jornada de trabalho sem redução salarial, e pelo fim da escala 6×1?
  • Você é a favor de que quem ganhe mais de R$ 50 mil por mês pague mais Imposto de Renda, para que quem receba até R$ 5 mil não pague?

As urnas estão em pontos de circulação pública como centros urbanos, terminais de transporte e praças, assim como em sindicatos, sedes de movimentos sociais, pontos de cultura e partidos políticos.

Até o fim da coleta estão previstos mutirões de votação. A semana da Pátria, entre 1º e 7 de setembro, será a reta final do plebiscito e terá esforços concentrados como “Semana Nacional de Coleta de Votos”.

A expectativa é de que os resultados sejam entregues ao Congresso Nacional e ao presidente Lula em outubro.

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Igor Felippe Santos, integrante da coordenação do Plebiscito, avalia que a recepção à iniciativa tem sido muito positiva. Ele explica que milhares de militantes estão entrando no sistema para fazer o cadastro de urnas, o que demonstra a disposição dos partidos progressistas, dos movimentos populares, dos sindicatos e das entidades da sociedade civil que estão envolvidas em promver esse debate sobre trabalho e da tributação com a sociedade brasileira.

“Tem urnas em estações de metrô, em feiras, nos bairros, nas fábricas, em escolas e universidades. Existe um empenho muito grande da militância em organizar e fazer esse corpo a corpo com a população”, diz.

Outro ponto que destaca é a reação positiva das pessoas relatada pelos militantes: “Eles relataram que a população tem reagido muito bem, tem feito filas para conseguir manifestar a sua posição favorável ao fim da escala 6×1, à redução da jornada de trabalho sem redução salarial e à taxação de quem ganha muito dinheiro para garantir a isenção do Imposto e Renda para quem recebe até R$ 5 mil”, afirma.

Segundo Nivaldo Santana, dirigente nacional da CTB e também da coordenação do Plebiscito, a proposta conta com grande apoio social para pressionar o Congresso e garantir a aprovação das duas matérias.

“O Plebiscito Popular conseguiu unificar um grande número de organizações, movimentos e forças políticas em todo o país e essa articulação unitária reúne todas as condições para criar um potente movimento capaz de enfrentar a direita e a oligarquia financeira”, frisa.

Engajamento popular

Para além de demonstrar a opinião popular sobre os temas, Igor Felippe entende que a intenção é criar uma massa crítica na sociedade brasileira em relação a estas e outras pautas inerentes à vida das pessoas.

“Precisamos ter uma população conscientizada, mobilizada e envolvida, que possa se organizar para pressionar as instituições responsáveis por essas mudanças na sociedade brasileira”, entende.

Nesse sentido, os movimentos que compõem a iniciativa acreditam que o governo Lula deve ter os temas do Plebiscito como bandeiras do seu governo, mobilizando a estrutura necessária para a aprovação das medidas a fim de cumprir promessas que fez na campanha que o elegeu.

Exemplo para o governo

Na avaliação dos coordenadores, o Plebiscito Popular deve servir de exemplo para dirigentes políticos de como a democracia deve ser tratada.

Igor endossa que este é um exercício extraordinário de democracia direta de participação popular: “Defendemos que a utilização de plebiscitos e referendos para debater grandes temas da sociedade brasileira são fundamentais para conseguir fortalecer a democracia brasileira.”

Ele também acrescenta que as eleições para os cargos legislativos e executivos são muito importantes, mas reforça que democracia é mais do que isso.

“Democracia é quando as pessoas sentem que o envolvimento delas, a dedicação delas tem condição de mudar os rumos do país. Acreditamos que essa experiência do Plebiscito deixará um marco e um legado, não só para o governo Lula, mas para o Congresso Nacional e para o conjunto da sociedade brasileira de que é preciso colocar a democracia e a participação popular num outro patamar”, atesta.

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Para Nivaldo, o governo Lula precisa apostar na mobilização e ampliar o diálogo com a sociedade. O dirigente sindical indica que estes são os caminhos necessários para reverter a queda de popularidade e avançar na realização de seu programa de reconstrução nacional.

“Os obstáculos são muitos: grande mídia, a turma da Faria Lima, Congresso majoritariamente conservador. Mas com unidade, amplitude e mobilização podemos reunir as condições para obter uma nova vitória em 2026”, analisa Santana.

Para saber onde encontrar as urnas do Plebiscito Popular no seu estado é possível consultar as redes sociais e o site plebiscitospopular.org.br para obter mais informações.

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Last Update: 02/07/2025