Após a derrota dos ultraconservadores nas eleições legislativas na França, um site de extrema-direita lançou uma chamada perturbadora, incitando ataques contra políticos de esquerda e incentivando ataques contra advogados, jornalistas e ativistas. A publicação detalha métodos potenciais, como armas de fogo, facas, bestas e até mesmo o cabo de uma picareta, conforme informações do colunista Jamil Chade, do UOL.
No último fim de semana, a coalizão de partidos de esquerda surpreendeu ao conquistar o primeiro lugar na eleição legislativa, impedindo que o movimento de extrema-direita Reunião Nacional alcançasse o poder na França.
No site Reseau Libre, quatro políticos de esquerda foram marcados como alvos: os deputados Manuel Bompard, Alexis Corbière, Rachel Keke e o senador comunista Ian Brossat, além de um advogado envolvido na defesa contra violência policial, cujos endereços foram divulgados para justificar potenciais ataques. As vítimas anunciaram medidas legais contra essas ameaças.
Durante a campanha eleitoral, ocorreram incidentes de violência e ataques contra pelo menos 51 políticos e suas equipes. O mesmo site já havia sido alvo da justiça por listar 98 advogados que deveriam ser “eliminados” na semana anterior.
Uma queixa formal foi apresentada contra o grupo, fundado em 2015 e registrado na Rússia, cujo líder é um militante de extrema-direita residente na Rússia e procurado pela França por suspeitas que incluem planos de ataques contra muçulmanos no país.
Na segunda-feira seguinte à derrota da extrema-direita nas urnas, um artigo assinado por um indivíduo identificado como Leon no site discutiu as opções que o grupo enfrenta, incluindo a possibilidade de adotar “métodos restantes” para controlar o que descrevem como “idiotas”.
“Ou tomamos nota e decidimos deixar que isso aconteça, contentando-nos em proteger os nossos, ou decidimos colocar essa manada de idiotas sob controle usando os únicos métodos que nos restam, que eu deixo para vocês imaginarem”, afirmou.
O autor mencionou também opções como “ataques gerais não direcionados”, apesar de rejeitar qualquer associação, e expressou um desejo de que jihadistas cometessem atos semelhantes ao do Bataclan para punir os franceses que apoiam a imigração.
Ele ainda sugere um terceiro caminho: “Proteja-se e proteja sua família, MAS ataque regularmente não apenas alvos aleatórios entre os 95% de idiotas, mas alvos que aceitem seu status de inimigo”, incluindo advogados, jornalistas, ativistas comunitários e políticos de segunda linha.