
A quebra do sigilo bancário de Carla Zambelli pode revelar se a deputada contou com apoio financeiro para fugir do Brasil após sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal. O ministro Alexandre de Moraes determinou que o Banco Central envie informações detalhadas sobre os valores e os remetentes de todas as transferências via Pix recebidas por ela nos 30 dias que antecederam sua fuga.
A medida integra um novo inquérito que investiga se houve financiamento externo para sua saída do país, o que pode configurar apoio a uma tentativa de obstrução da Justiça.
Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por envolvimento em ataques aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça e por falsidade ideológica. Dias após a decisão do STF, ela atravessou a fronteira com a Argentina por terra e embarcou rumo à Flórida, nos Estados Unidos.

Antes de fugir, Zambelli fazia publicações pedindo doações em suas redes sociais e dizia que os recursos seriam usados para pagar multas impostas pela Justiça. A investigação agora tenta entender se parte dessas doações ajudou a bancar a fuga internacional.
Além da quebra de sigilo, Moraes também determinou que a Polícia Federal preserve postagens feitas por Zambelli e pessoas próximas a ela nas redes sociais. A deputada deverá ser ouvida pela PF no prazo de dez dias, e, como está fora do Brasil, o depoimento poderá ser prestado por escrito.
A Câmara dos Deputados foi notificada a suspender o salário da parlamentar, que passou a ser considerada foragida desde 25 de maio. Zambelli também teve seu nome incluído na lista vermelha da Interpol, o que permite sua captura por autoridades de outros países.