PGR rejeita pedido de Beto Louco por delação que cita Alcolumbre e outros políticos

O empresário Roberto Augusto Leme da Silva, conhecido como Beto Louco. Foto: Reprodução

A Procuradoria-Geral da República (PGR) rejeitou o pedido de delação premiada do empresário Roberto Augusto Leme da Silva, o Beto Louco, que citava o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e outros políticos, por considerar que a proposta apresentada não trouxe provas concretas para sustentar as acusações envolvendo pessoas com foro privilegiado.

A negociação, porém, não foi encerrada definitivamente e pode ser reaberta caso surjam novos elementos, conforme informações da colunista Natália Portinari, do UOL.

A delação foi apresentada pela defesa de Beto Louco ao MPF do Paraná, responsável pela Operação Tank, e ao Ministério Público de São Paulo, que conduz a Operação Carbono Oculto. Como havia menções a autoridades com foro privilegiado, o material foi enviado à Procuradoria-Geral da República.

Após reunião com os advogados do empresário no fim de novembro, o procurador-geral Paulo Gonet avaliou que o conteúdo era insuficiente e devolveu o caso à primeira instância.

Segundo a análise da PGR, não foram apresentadas provas capazes de corroborar os indícios citados na proposta, o que inviabilizou o avanço da delação naquele momento. Ainda assim, o acordo não foi descartado e poderá ser retomado se o empresário apresentar novos fatos ou documentos relevantes.

O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP). Foto: Carlos Moura/Agência Senado

Investigação sobre lavagem de dinheiro

Beto Louco é um dos principais investigados da Operação Carbono Oculto, que apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro ligado ao PCC no setor de combustíveis em São Paulo. De acordo com a investigação, ele controlaria empresas usadas para ocultar recursos ilícitos e, junto a Mohamad Hussein Mourad, o Primo, seria o braço financeiro da organização criminosa.

No Ministério Público de São Paulo, onde também há uma proposta em análise, a postura é de cautela. A promotoria avalia até que ponto uma eventual delação contribuiria para esclarecer o funcionamento da cadeia de lavagem de dinheiro investigada.

Mohamad Hussein Mourad, conhecido como “Primo”. Foto: Reprodução

Citação a Alcolumbre e circulação em Brasília

Na proposta de delação, Beto Louco se ofereceu para relatar fatos envolvendo Davi Alcolumbre. Entre eles, mencionou ter conseguido canetas do medicamento Mounjaro para o presidente do Senado.

Segundo o próprio investigado, o contato ocorreu em Brasília, onde ele circulava com frequência, frequentava o Congresso e convivia com o presidente do União Brasil, Antônio Rueda. Foi em um almoço com Rueda que o empresário teria oferecido o medicamento a Alcolumbre.

A defesa de Beto Louco, no entanto, afirmou que não comentaria eventuais tratativas de acordo, “sobretudo porque, se existirem, devem tramitar sob o mais absoluto sigilo”. Em nota, acrescentou: “Esclareço, também, que são manifestamente equivocadas quaisquer tentativas de vinculá-los (Beto e Primo) ao PCC ou a qualquer outra facção criminosa”.

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