O hacker Walter Delgatti e a deputada Carla Zambelli. Foto: reprodução

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e do hacker Walter Delgatti pelos crimes de invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica. Os dois são acusados de invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e elaborar um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF. O documento foi incluído no Banco Nacional de Mandados de Prisão, vinculado ao CNJ, e divulgado publicamente.

Em manifestação enviada ao STF na sexta-feira (31), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu ainda o aumento da pena em um terço a dois terços, conforme previsto no Código Penal para casos em que a invasão resulta em prejuízo econômico.

Gonet afirmou que Zambelli agiu com o objetivo de “gerar ambiente de desmoralização da Justiça brasileira, para obter vantagem de ordem política”. De acordo com a PGR, as provas contra a bolsonarista incluem arquivos encontrados em seu computador que foram criados por Delgatti e acessados pela deputada minutos ou horas depois.

Um exemplo é um arquivo com uma ordem falsa de quebra do sigilo bancário de Alexandre de Moraes, criado por Delgatti e acessado por Zambelli 22 segundos depois. Outro arquivo, com um mandado de prisão falso contra o ministro, foi acessado pela parlamentar cerca de 1h30 após sua criação.

Além disso, foi encontrado um documento falsificado que determinava o bloqueio de R$ 22.991.544,60 de Moraes, valor idêntico a uma multa aplicada pelo ministro, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao Partido Liberal em 2022. Zambelli acessou esse arquivo 18 horas após sua criação.

A deputada federal Carla Zambelli. Foto: reprodução

Walter Delgatti, em depoimento à Polícia Federal, confirmou sua participação no episódio e afirmou que agiu a pedido da parlamentar. A deputada, no entanto, nega qualquer envolvimento. A defesa da bolsonarista argumenta que o hacker é “mitômano” e que seu relato não deve ser levado em consideração. No entanto, a PGR destacou que as declarações do hacker são coerentes com as provas coletadas.

A ação contra Zambelli ocorre em um momento delicado para a deputada. Na última quinta-feira (30), o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) cassou seu mandato por 5 votos a 2, com base em uma ação movida pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

A decisão acusou a deputada de disseminar fake news sobre o sistema eleitoral brasileiro para obter vantagem política. A parlamentar ainda pode recorrer da decisão, que não tem efeitos imediatos.

Em suas redes sociais, Zambelli classificou a cassação como uma tentativa de “silenciar opositores”. “A luta continua, cabe recurso e não vamos desistir de lutar. Seja onde estiver, continuarei lutando por nossa Nação. Mas esse não é o final da jornada, é apenas mais um sinal da clara perseguição política e sanha em silenciar os opositores!”, escreveu a deputada na plataforma X, antigo Twitter.

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Last Update: 01/02/2025