O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a manutenção da prisão de Wladimir Santos Soares, agente da Polícia Federal preso sob suspeita de integrar uma organização criminosa que planejava dar um golpe de Estado após as eleições de 2022.
Os advogados do policial alegaram ao Supremo Tribunal Federal que uma embolia pulmonar acometeu Soares em dezembro de 2023 e pediu sua liberdade provisória. O parecer do PGR foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes na quinta-feira. Caberá ao magistrado decidir se acata ou não a solicitação.
Soares foi preso em 19 de novembro por participação no plano de matar Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e Moraes, na esteira da possível tentativa de golpe para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder. O agente da PF tinha relação com a campanha petista e teria repassado informações confidenciais sobre ele para os militares envolvidos na trama golpista.
No pedido ao Supremo, a defesa sustentou que o local onde o investigado está detido não tem condições de atender exames laboratoriais que avaliam a coagulação sanguínea. Sem os exames, segundo os advogados, o agente “corre sério risco de morte”. Argumentaram ainda que há uma prescrição médica recomendando a continuidade no tratamento e a necessidade da intercorrência médica.
Para o PGR, contudo, o alegado estado de saúde de Soares “não conduz automaticamente à revogação da prisão preventiva ou à substituição da custódia por prisão domiciliar” e mencionou a possibilidade dele realizar o tratamento na unidade prisional. Gonet ainda disse que a responsabilidade pela manutenção da integridade física do preso é da administração prisional.
Ao se manifestar pela manutenção da prisão, o procurador pediu que Moraes determine a realização de um exame no agente para verificar seu estado de saúde e solicite informações da penitenciária onde Soares está preso sobre as condições para dar continuidade ao tratamento dele. A defesa não comentou o parecer da PGR.