Notícia da Agência Brasil
PGR envia parecer para manter prisão do general Braga Netto
Por André Richter
A Procuradoria-Geral da República enviou um parecer ao Supremo Tribunal Federal contra a soltura do general Braga Netto, preso recentemente no Rio de Janeiro, no âmbito das investigações do inquérito do golpe.
A defesa do general pediu que a prisão seja substituída por medidas diversas da prisão, alegando que as acusações de participação na trama golpista durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro tratam de fatos passados e não há contemporaneidade para justificar a prisão preventiva.
O procurador-geral, Paulo Gonet, considera que permanecem válidas as razões que fundamentaram a prisão do general, e que medidas cautelares não são suficientes para garantir a ordem pública, conveniência da instrução criminal e aplicação da lei penal.
O procurador argumentou que as tentativas do investigado de embaraçar a investigação em curso denotam a imprescindibilidade da medida extrema, e que o quadro fático denota risco de continuidade delitiva por parte do investigado.
O general Braga Netto foi preso no sábado (14) por determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe, que tramita na Corte.
Segundo as investigações da Polícia Federal, o general da reserva e vice na chapa de Bolsonaro em 2022 estaria obstruindo a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado no país para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
A Polícia Federal identificou que o general tentou obter dados sigilosos da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
A defesa negou que Braga Netto tenha obstruído as investigações após a prisão.