
Nesta sexta-feira (20), a Polícia Federal (PF) voltou a prender Antônio Cláudio Alves Ferreira, condenado por destruir um relógio do século 17 durante os atos de 8 de Janeiro. Ele foi localizado na cidade de Catalão, em Goiás, em uma operação conjunta com a Polícia Militar e a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais.
A nova prisão ocorreu após o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), revogar a decisão do juiz Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro, de Uberlândia (MG), que havia concedido progressão de regime ao condenado. Moraes alegou que o juiz não tinha competência para tomar essa decisão e determinou a apuração da conduta do magistrado.
O bolsonarista havia sido solto com base em bom comportamento e por já ter cumprido o tempo mínimo da pena exigida. O juiz impôs o uso de tornozeleira eletrônica, mas autorizou a liberação sem o equipamento, alegando indisponibilidade do item. A Secretaria de Justiça de Minas Gerais negou a falta de tornozeleiras.
O réu foi condenado a 17 anos de prisão pelos crimes de associação criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito e uso de substância inflamável contra patrimônio público. Durante o julgamento, ele admitiu ter lançado um extintor e quebrado o relógio histórico.
🚨🕰 Momento da destruição do relógio de Balthazar Martinot no ataque golpista em Brasília
Relógio de pêndulo do Século XVII, foi dado de presente a Dom João VI. Martinot era o relojoeiro de Luís XIV e existem apenas dois relógios deste tipo feitos por Martinot.
— Pablo (@pablommachado) January 16, 2023
O relógio em questão foi um presente da corte francesa ao imperador d. João 6º em 1808. A peça, produzida por Balthazar Martinot, fazia parte do acervo do Palácio do Planalto e estava localizada no gabinete presidencial. O objeto foi restaurado e devolvido ao local em janeiro de 2025.