Jobson Antunes Ferreira, conhecido como “rei dos empréstimos”, é algemado pela Polícia Federal em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Foto: Reprodução

A Polícia Federal (PF) prendeu novamente o ex-oficial da Marinha Mercante Jobson Antunes Ferreira, de 63 anos, conhecido como “rei dos empréstimos”, acusado de chefiar um dos maiores esquemas de estelionato do país.

Ele abriu 334 empresas fantasmas, movimentou mais de R$ 2 bilhões e recrutava “laranjas” até entre moradores de rua, oferecendo cachaça, comida e pequenos pagamentos para usar seus nomes, conforme reportagem do Fantástico.

Jobson, que também atendia por mais de 30 identidades diferentes, operava o esquema há mais de 25 anos, segundo a PF. “A gente descobriu que ele geria uma verdadeira empresa do crime”, afirmou o delegado Bruno Bastos.

As investigações mostram que ele contava com a ajuda da esposa, Cláudia Márcia, além de contadores e gerentes de bancos públicos e privados. Em alguns casos, pagava propinas para liberar empréstimos. “Eu costumo dar 5% para gerente e normalmente vou dar 5% para você. Porque tudo tem que ser pago, né?”, dizia Jobson em conversas registradas.

As empresas criadas por ele não tinham funcionários nem produtos; apenas existiam no papel. Para dar aparência de legalidade, registrava negócios no mesmo endereço de estabelecimentos reais e até incluía supostos vales-refeição para empregados fictícios.

Em um caso, 30 mercearias foram registradas em um único minimercado. “As empresas não tinham qualquer produção, elas simplesmente existiam de forma contábil”, explicou o delegado.

Jobson já havia sido preso em 2024, mas saiu da cadeia com tornozeleira eletrônica. Mesmo assim, continuou o esquema. Na quinta-feira (21), foi detido novamente ao lado da esposa em um condomínio de luxo em Niterói, onde viviam com recursos ilícitos. Eles responderão por estelionato qualificado, organização criminosa, lavagem de dinheiro e financiamento fraudulento.

Em nota, o advogado Jair Pilonetto afirmou que “os acusados não cometeram os crimes imputados a eles e que a inocência dos dois será comprovada no decorrer da instrução processual”.

A Febraban também se manifestou, repudiando a participação de funcionários de bancos em atividades criminosas e reforçando que realiza treinamentos para identificar transações suspeitas. O próprio Jobson resumiu sua atuação em interrogatório: “Não vou dizer que eu sou santo.”

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Last Update: 25/08/2025