Agentes da Polícia Federal cumpriram apenas seis dos 14 mandados de prisão expedidos no âmbito da operação Carbono Oculto, deflagrada nesta quinta-feira 28. A ação desmantelou um esquema de fraudes e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis operado pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC.
Veja quais alvos foram capturados:
- João Chaves Melchior, ex-policial civil
- Ítalo Belon Neto, empresário do setor de combustíveis envolvido com sonegação de impostos desde 2001
- Rafael Bronzatti Belon, dono da empresa de serviços financeiros Tycoon Technology e do banco digital Zeit Bank
- Gerson Lemes.
- Thiago Augusto de Carvalho Ramos, empresário do setor de combustíveis de Curitiba
- Rafael Renard Gineste, sócio-administrador na F2 Holding Investimentos, também no Paraná.
Para o diretor da PF, Andrei Passos, esse número “baixo” de mandados cumpridos não é uma estatística natural das operações realizadas pela corporação. Está no radar a possibilidade de apurar um possível vazamento de informações sobre a megaoperação, que também contou com participação do Ministério Público de São Paulo e da Receita Federal.
“A equipe que deu o cumprimento vai reportar isso à nossa base e se houver indícios, como você sugere, de vazamento, naturalmente nós vamos investigar e trabalhar para evitar que isso aconteça nas nossas investigações e com os nossos parceiros também”, declarou Andrei após questionamento de jornalistas.
Oito prisões estão em aberto. São elas:
- Mohamad Hussein Mourad, conhecido como “João”, “Primo” ou “Jumbo”, é apontado como “epicentro” do esquema. Ele foi preso em flagrante em 2010 por tentativa de subornar policiais civis. Na ocasião, foram encontradas com ele munições de metralhadora .50
- Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, considerado “colíder” do esquema
- Daniel Dias Lopes, considerado “pessoa chave” no esquema por ter ligação com distribuidoras de combustíveis do Mohamad
- Miriam Favero Lopes, esposa de Daniel e sócia de empresas ligadas às fraudes
- Felipe Renan Jacobs, empresário do setor de combustíveis
- Renato Renard Gineste, empresário do setor de combustíveis
- Rodrigo Renard Gineste, dono de varejista de roupas
- Celso Leite Soares, dono de empresa que cultiva cana-de-açúcar, no interior de São Paulo
O esquema alvo da Carbono Oculto mira lavagem de dinheiro do PCC usando postos de combustíveis. Os valores ilícitos eram inseridos no sistema financeiro a partir de fintechs e, por fim, o dinheiro era reinvestido em negócios e propriedades por meio de fundos de investimentos. Parte dos mandados foi cumprida em instituições da Avenida Faria Lima, em São Paulo, considerada o centro do mercado financeiro no País. As investigações apontam movimentações de mais de 52 bilhões de reais em 4 anos.