A Polícia Federal (PF) informou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que não conseguiu acessar os dados do celular de Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em um ofício enviado ao STF, a PF explicou que o telefone apreendido estava bloqueado e sem senha, o que exige “novos procedimentos” para desbloqueá-lo. Moraes havia solicitado que a PF comprovasse o “efetivo uso” do aparelho no final de 2022.
Martins busca provar que não viajou em um avião do governo brasileiro, burlando o sistema migratório dos Estados Unidos, nesse período. A operadora de telefonia Tim, no entanto, já forneceu dados de geolocalização do aparelho de Martins, mostrando que ele esteve no Paraná e em Brasília.
O documento foi incluído no inquérito que investiga Martins. Ele foi preso preventivamente em 8 de fevereiro durante a Operação Tempus Veritatis, que investigava uma suposta organização criminosa que teria tentado manter Bolsonaro no poder através de um golpe de Estado.
O inquérito sugere que o plano incluía a elaboração de uma minuta golpista e a preparação para um golpe de Estado “com apoio de militares especializados em táticas de forças especiais em ambientes politicamente sensíveis”.
De acordo com a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Martins teria escrito uma minuta golpista após o resultado das eleições de 2022, que incluía a prisão de Moraes e uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No pedido de prisão enviado pela PF a Moraes, os investigadores alegam que Martins viajou “sem realizar o procedimento de saída com o passaporte em território nacional” para “evitar a aplicação da lei penal”.
Vale destacar que, desde que o mandado foi cumprido na casa de sua namorada, em Ponta Grossa, no Paraná, Martins nega ter deixado o Brasil e nega qualquer participação na elaboração de uma minuta golpista.