A Polícia Federal (PF) decidiu indiciar quatro ex-agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) por suposto envolvimento na tentativa de impedir o deslocamento de eleitores no segundo turno das eleições de 2022.
São eles:
- Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações da PRF;
- Luis Carlos Reischak Junior, ex-diretor de Inteligência e ex-Superintendente da PRF no Rio Grande do Sul;
- Rodrigo Cardozo Hoppe, ex-diretor de Inteligência Substituto da PRF;
- Adiel Pereira Alcantara, ex-coordenador de Análise de Inteligência da PRF;
- Bruno Nonato dos Santos Pereira, ex-coordenador-geral de Inteligência e Contrainteligência da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Os investigadores concluíram que eles atuaram para evitar que potenciais eleitores do então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fossem votar. Os indiciados são acusados de prevaricação, restrição ao exercício do direito de voto, desobediência e participação no crime de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Todos os indiciamentos foram enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF) em dezembro, mas foram revelados apenas nesta quarta-feira 22 pelo portal UOL.
O caso aconteceu em 30 de outubro de 2022, dia do segundo turno que colocou frente a frente Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando a PRF realizou blitzes que impediram a movimentação de eleitores, especialmente no Nordeste.
O evento levou ao indiciamento do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e do ex-diretor da PRF Silvinei Vasques, além de quatro policiais federais. Vasques chegou a declarar voto em Bolsonaro quando ocupava o cargo.
No dia do pleito, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que as blitzes fossem suspensas, mas a direção da PRF desrespeitou a ordem do magistrado.