A Polícia Federal (PF) incluiu o pastor Silas Malafaia no inquérito que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o comentarista Paulo Figueiredo. O caso, aberto em maio e sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), apura supostas ações contra autoridades e a própria Corte, além de articulações para obtenção de sanções internacionais contra o Brasil.

A decisão de Moraes ocorreu após ministros a escalada de investidas do governo americano contra a Corte a partir da atuação de Eduardo Bolsonaro. Segundo a apuração, as condutas investigadas incluem coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O pedido de abertura de investigação contra Eduardo partiu oficialmente do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que apontou que a ofensiva do deputado, por suas declarações públicas, aumentou à medida que o Supremo avança com o processo sobre a trama golpista — o pai, militares e aliados são réus na ação penal.
Entre os tipos penais citados está o artigo 344 do Código Penal (coação no curso do processo), que prevê sanção para quem usa violência ou grave ameaça contra autoridade ou envolvidos em processos judiciais, policiais ou administrativos para favorecer interesse próprio ou de terceiros. Nesse ponto, os investigadores veem relação com a defesa de sanções contra autoridades ligadas à ação penal no STF sobre a tentativa de golpe.

O ato de 3 de agosto e seus efeitos
Malafaia organizou o ato de apoio a Bolsonaro em 3 de agosto, no qual o ex-presidente participou por vídeo transmitido em redes sociais de terceiros. A aparição resultou, no dia seguinte, na decretação de prisão domiciliar do ex-presidente.
No evento, realizado na avenida Paulista, em defesa da anistia a Bolsonaro, o pastor criticou políticos da direita que não compareceram e afirmou que eles não estiveram presentes por “medo” do STF. Ele também transmitiu a manifestação em seu canal oficial no YouTube.
Em suas redes sociais, Malafaia atacou diretamente o senador Ciro Nogueira (PP-PI), chamando-o de “traidor”, por não assinar o pedido de impeachment de Moraes.
Ontem (14), em vídeo publicado nas redes sociais, Malafaia voltou a defender o impeachment de Moraes, além de afirmar que o ministro deveria ser julgado e preso.
