Carla Zambelli, bolsonarista que fugiu do Brasil. Foto: reprodução

A Polícia Federal solicitou oficialmente a inclusão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na difusão vermelha da Interpol. O alerta internacional foi pedido com base na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão preventiva da parlamentar após sua fuga do país. O envio do pedido foi feito por volta das 17h desta quarta-feira (4), à sede da Interpol em Lyon, na França.

“Agora, caberá à Interpol analisar e deliberar sobre o cumprimento do pedido de inclusão”, afirmou o diretor-geral da PF, Andrei Passos, que acompanha o presidente Lula (PT) em viagem oficial a Paris. O objetivo da difusão vermelha é permitir que autoridades policiais dos 195 países-membros localizem e prendam, de forma provisória, pessoas procuradas pela Justiça.

Zambelli foi condenada em maio pelo STF a 10 anos e 8 meses de prisão por invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. A deputada inseriu nos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) um mandado de prisão falso contra o próprio ministro Moraes.

A ação, segundo os ministros da Corte, foi realizada de forma deliberada como retaliação às decisões do magistrado em investigações contra bolsonaristas.

Desde o fim de maio, a parlamentar está fora do Brasil. A defesa afirma que ela viajou a compromissos políticos nos Estados Unidos e que pretende seguir para a Europa, onde possui cidadania italiana. Zambelli teria deixado a América do Sul pela Argentina, país que não exige controle migratório para brasileiros, o que impediu o registro de sua saída pela PF.

A movimentação foi interpretada por Moraes como tentativa de fuga. A Procuradoria-Geral da República (PGR) então pediu a prisão preventiva da parlamentar e o acionamento da Interpol. Além disso, o deputado italiano Angelo Bonelli, líder do Movimento Europa Verde, pediu ao governo da Itália que analise a extradição de Zambelli para o Brasil.

A análise da Interpol seguirá os critérios da organização, como a ausência de motivações políticas ou raciais, etapa comum para qualquer pedido de difusão. Se o nome de Zambelli for incluído na lista, ela poderá ser detida ao tentar entrar ou circular em qualquer país que reconheça o alerta.

Em nota, a defesa da deputada afirmou que “a prisão preventiva é descabida e desrespeita garantias fundamentais”, ressaltando que Zambelli “estava fora do país em missão política previamente comunicada e com bilhetes de retorno”. Os advogados também disseram que ainda não foram notificados oficialmente da decisão e que pretendem recorrer.

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Last Update: 04/06/2025