PF faz operação contra deputado aliado de Motta

Ricardo Ayres e Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados. Foto: reprodução

O deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos-TO) foi alvo de mandado de busca e apreensão em seu apartamento funcional nesta quarta-feira (3), no âmbito da operação da Polícia Federal que investiga desvios de emendas parlamentares durante a pandemia de Covid-19. A ordem foi determinada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Mauro Campbell e se refere a fatos ocorridos quando Ayres exercia o cargo de deputado estadual.

Ayres é aliado do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e havia sido indicado para presidir a CPI do INSS antes da reorganização promovida pela oposição.

Em nota enviada à Folha de S.Paulo, ele afirmou que não tem “qualquer relação com os atos apurados” e que sua citação “decorre apenas da condição de parlamentar naquele período”. O deputado ainda reforçou que mantém “respeito às instituições e ao trabalho investigativo em curso, colocando-me integralmente à disposição para colaborar com as autoridades sempre que necessário”.

A investigação da PF apura supostas fraudes na compra de cestas básicas e frangos congelados adquiridos com emendas parlamentares. Segundo a corporação, o esquema de desvio de recursos públicos ocorreu principalmente entre 2020 e 2021, embora a associação dos investigados para fraudar procedimentos licitatórios tenha se estendido até 2024.

O prejuízo estimado é de R$ 73 milhões, valor que teria sido desviado para a aquisição de imóveis de luxo, compra de gado e despesas pessoais.

Motta indicou Ayres para a relatoria da CPMI do INSS. Foto: reprodução

De acordo com a Polícia Federal, o nome de Ayres aparece em registros manuscritos de controle de pagamentos e em notas fiscais emitidas por uma empresa ligada a outros investigados, relativas ao fornecimento de cestas básicas de existência meramente formal. Seu nome também consta em tabelas de controle de entrega das cestas, juntamente com outros deputados estaduais. A corporação havia solicitado a suspensão do exercício do mandato dos investigados, mas o ministro do STJ indeferiu o pedido.

A operação desta quarta-feira representa a segunda fase da Fames-19, que investiga desvios de recursos destinados ao enfrentamento da pandemia.

Em agosto de 2024, o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), já havia sido alvo de mandados de busca e apreensão e, nesta ação, foi novamente afastado do cargo. A PF reforça que o caso segue sob investigação, com o objetivo de esclarecer a extensão dos supostos desvios e a participação de todos os envolvidos.

Artigo Anterior

Putin promete continuar lutando na Ucrânia se acordo de paz não for alcançado

Próximo Artigo

PGR afirma que tentativa de ruptura da ordem democrática foi comprovada no processo

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter por e-mail para receber as últimas publicações diretamente na sua caixa de entrada.
Não enviaremos spam!