Conversas de WhatsApp recuperadas pela Polícia Federal (PF) indicam que o general Walter Souza Braga Netto tentou acessar informações sigilosas e influenciar a narrativa entre os investigados. Esses detalhes estão na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgada neste sábado (14).
Braga Netto foi preso no mesmo dia, acusado de interferir no acordo de colaboração premiada firmado por Mauro Cid. Ele foi detido em sua residência, no bairro de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, e permanecerá sob custódia do Exército.
Segundo o documento, a perícia no celular de Lourena Cid, pai de Mauro Cid, revelou uma “intensa troca de mensagens” com Braga Netto, cujo objetivo seria obter dados confidenciais sobre o acordo de colaboração.
As mensagens trocadas pelo WhatsApp foram apagadas nas primeiras horas do dia 8 de agosto de 2023, três dias antes da operação “Lucas 12:2”, que investigava o desvio de presentes valiosos, como joias, recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
No dia 7 de agosto de 2023, Lourena Cid trocou mensagens e realizou ligações com Braga Netto. Foram registradas duas mensagens enviadas às 11h24 e 11h25 e uma chamada telefônica às 11h25, com duração de 3 minutos e 32 segundos. O contato estava salvo no celular como “Walter BN”.
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As investigações apontam que essas interações estão relacionadas a mensagens trocadas em 12 de setembro de 2023 entre Mário Fernandes e o coronel reformado Jorge Kormann.
Fernandes relatou que os pais de Mauro Cid entraram em contato com os generais Braga Netto e Augusto Heleno para afirmar que “é tudo mentira”, possivelmente em referência às matérias divulgadas pela imprensa sobre o acordo de colaboração.
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A conversa entre Fernandes e Kormann ocorreu três dias após a homologação do acordo de colaboração premiada de Mauro Cid pela Polícia Federal, em 9 de setembro de 2023.
A PF concluiu que Braga Netto tentou obter dados sigilosos do acordo de colaboração de Mauro Cid por meio de contatos telefônicos com o pai do colaborador. O objetivo seria manipular os fatos apurados e alinhar as versões entre os investigados, interferindo diretamente nas investigações.
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