A Polícia Federal pediu e a Procuradoria-Geral da República endossou a abertura de um inquérito para apurar se o ex-ministro do Turismo Gilson Machado agiu para facilitar uma eventual fuga do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). A informação é do jornal O Globo.
A decisão caberá ao Supremo Tribunal Federal. A avaliação inicial é que a conduta de Machado pode ter o objetivo de atrapalhar o andamento da ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado, na qual Cid e Bolsonaro são réus.
A PF sustentou ter indícios de que Gilson Machado buscou em maio deste ano o Consulado de Portugal no Recife (PE), onde mora, a fim de obter um passaporte para Cid — sem sucesso. No início de 2023, antes de ser preso pela primeira vez, o tenente-coronel procurou um serviço de assessoria para conseguir cidadania portuguesa.
Machado disse ao jornal que foi ao consulado para tratar de um passaporte para seu pai e que jamais se mobilizou para algo “a respeito de Mauro Cid”. Ele também afirmou estar surpreso com o pedido de investigação.
A PGR entende que os elementos iniciais da PF apontam para “elementos sugestivos” de uma ação de Machado voltada a obstruir a ação do golpe, mas considera necessário aprofundar a apuração. O órgão também defende uma ordem de busca e apreensão e quebra dos sigilos telefônico e telemático de Gilson Machado, de acordo com a TV Globo.