A Polícia Federal indiciou o vereador Carlos Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, pelo esquema de espionagem ilegal da Abin. Investigadores consideram que existem elementos suficientes contra ele no caso.
Carlos é suspeito de participar do esquema que ficou conhecido como “Abin Paralela” e chegou a ser alvo de uma operação de busca e apreensão em janeiro deste ano. A PF acredita que o caso está diretamente conectado com o chamado “Gabinete do Ódio”.
A PF aponta Carlos como um dos líderes do esquema da “Abin Paralela” e um dos responsáveis por solicitar, receber e distribuir dados obtidos por meio da agência sobre desafetos políticos. Essas informações seriam usadas para a produção de campanhas de difamação nas redes sociais.
A PF planeja concluir o inquérito até agosto para evitar impactos na eleição municipal de 2024. O diretor-geral da Abin apontado como responsável pelo esquema é o atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que também é pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro e será indiciado.
O caso é dado como praticamente encerrado por investigadores e a PF avalia também indiciar o ex-presidente pelo esquema. O diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues, afirmou que a investigação está em fase de “diligências finais” e que há “possibilidade de colaborações de investigados”.
A investigação apontou que a Abin realizou cerca de 33 mil monitoramentos ilegais de adversários políticos usando o software espião FirstMile. Entre os alvos do esquema estavam, por exemplo, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, jornalistas e outros políticos.