
A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (29), a Operação Narco Vela, que tem como alvo uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de drogas para a Europa e a África. Até o início da manhã, 23 pessoas já haviam sido presas em cinco estados brasileiros, sendo São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Pará e Santa Catarina, além de três mandados de prisão que estão sendo cumpridos no exterior, nos Estados Unidos, Itália e Paraguai.
A operação, que contou com mais de 300 policiais federais e 50 policiais militares de São Paulo, cumpriu um total de quatro mandados de prisão preventiva, 31 de prisão temporária e 62 de busca e apreensão, todos expedidos pela 5ª Vara Federal de Santos.
Além das prisões, a PF já realizou diversas apreensões, incluindo carros de luxo, embarcações e drogas. A Justiça Federal também determinou o bloqueio de bens no valor de R$ 1,32 bilhão.
Confira os mandados:
São Paulo:
Bertioga: 1 de busca e apreensão
Guarujá: 17 de busca e apreensão e 10 de prisão temporária
Ilhabela: 1 de busca e apreensão e 1 de prisão temporária
Iracemápolis: 1 de busca e apreensão e 1 de prisão temporária
Limeira: 4 de busca e apreensão
Praia Grande: 3 de busca e apreensão e 3 de prisão temporária
Santos: 17 de busca e apreensão e 6 de prisão temporária
São Paulo: 1 de busca e apreensão
São Sebastião: 1 de busca e apreensão e 1 de prisão preventiva
Sorocaba: 1 de busca e apreensão e 1 de prisão temporária
Taubaté: 1 de busca e apreensão e 1 de prisão temporária
Rio de Janeiro
Mangaratiba: 1 de busca e apreensão e 1 de prisão temporária
Maranhão
São Luís: 1 de busca e apreensão
Pará
Ananindeua: 1 de busca e apreensão
Belém: 1 de busca e apreensão e 1 de prisão temporária
Santa Catarina
Balneário Camboriú: 1 de busca e apreensão e 2 de prisão temporária
Barra Velha: 2 de busca e apreensão e 1 de prisão temporária
Florianópolis: 2 de busca e apreensão e 1 de prisão temporária
Itajaí: 3 de busca e apreensão e 2 de prisão temporária
São Francisco do Sul: 2 de busca e apreensão e 2 de prisão temporária

Esquema sofisticado com rastreamento via satélite
A organização criminosa atuava com um método elaborado para burlar a fiscalização. As drogas eram inicialmente armazenadas em pontos estratégicos do litoral da Baixada Santista e, em seguida, transportadas em lanchas rápidas até o alto-mar. Lá, eram transferidas para embarcações maiores, como veleiros e pesqueiros, capazes de realizar travessias transoceânicas.
Para garantir o sucesso das remessas, o grupo utilizava equipamentos de rastreamento por satélite, que permitiam monitorar em tempo real a rota das embarcações. Ao se aproximar do destino final, próximo à costa africana ou das Ilhas Canárias, a droga era novamente transferida para lanchas menores, facilitando o desembarque sem chamar a atenção das autoridades locais.
“Parte desses barcos era comandada por pescadores recrutados pela organização criminosa com a promessa de altos ganhos financeiros”, informou a PF em nota.
As investigações tiveram início após um comunicado da Agência de Repressão às Drogas dos EUA (DEA) sobre a apreensão de três toneladas de cocaína em um veleiro brasileiro próximo ao continente africano, em fevereiro de 2023.
A abordagem foi feita pela Marinha Americana, mas outras interceptações ocorreram posteriormente, com a participação da Guarda Civil Espanhola e da Marinha Francesa em águas internacionais.
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