A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira 12 a Operação Transparência, destinada a investigar irregularidades na distribuição de emendas parlamentares. A ação, autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, cumpriu dois mandados de busca e apreensão em Brasília.
O principal alvo é Mariângela Fialek, ex-chefe da assessoria especial da Presidência da Câmara durante a gestão de Arthur Lira (PP-AL). Segundo a decisão de Dino, ela atuava na operacionalização do encaminhamento de emendas, enviando listas, planilhas e instruções atribuídas à Presidência da Câmara, inclusive após o fim do mandato de Lira no comando da Casa.
Depoimentos colhidos pela PF e dados telemáticos obtidos na investigação apontam que ela centralizava o controle da destinação de recursos e mantinha registros internos que indicam redirecionamentos, alguns feitos até por anotações manuscritas que resultavam na mudança de municípios beneficiados.
Mariangela Fialek, ex-chefe da assessoria especial de Arthur Lira na Câmara dos Deputados. Foto: Reprodução LinkedIn
Mariângela teve o gabinete na Câmara e sua residência vasculhados nesta manhã e foi afastada de qualquer atividade envolvendo emendas por ordem do STF.
Arthur Lira não é alvo da operação, mas seu nome aparece diversas vezes na decisão, associado a episódios relatados por parlamentares que descrevem pressões, interferências e listas enviadas “da Presidência” por meio da assessora. A defesa do deputado não se manifestou até a última atualização desta nota.
A PF apura possíveis crimes de peculato, falsidade ideológica, uso de documento falso e corrupção no manejo das emendas parlamentares.