A Petrobras encerrou o primeiro trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 35,2 bilhões, resultado 48,6% superior ao registrado no mesmo período de 2024, quando a estatal apurou lucro de R$ 27,7 bilhões. O desempenho foi influenciado por fatores como valorização cambial e melhora no resultado financeiro.
A receita de vendas alcançou R$ 123,14 bilhões entre janeiro e março deste ano, um aumento de 4,6% em relação aos R$ 117,72 bilhões registrados no primeiro trimestre de 2024.
O resultado financeiro líquido ficou positivo em R$ 10,6 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 9,58 bilhões observado no mesmo período do ano anterior.
De acordo com o balanço divulgado pela companhia, o resultado financeiro foi favorecido por efeitos cambiais. A valorização de 7% do real frente ao dólar impactou positivamente os contratos entre a Petrobras e suas subsidiárias no exterior.
O impacto total de eventos não recorrentes no trimestre foi de R$ 17,6 bilhões, com ganho de R$ 18,36 bilhões decorrente da variação cambial, parcialmente compensado por tributos, que somaram aproximadamente R$ 6 bilhões.
A receita financeira somou R$ 1,74 bilhão, com queda de 36,5% na comparação anual e de 31,5% em relação ao quarto trimestre de 2024. A companhia atribuiu a redução ao desempenho menor de aplicações financeiras e títulos públicos.
As despesas financeiras totalizaram R$ 5,74 bilhões, um crescimento de 8,2% na comparação com o primeiro trimestre do ano anterior, influenciado por aumento nos encargos de arrendamentos e capitalização de encargos financeiros.
O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 61,08 bilhões no trimestre, com variação positiva de 1,7% em comparação aos R$ 60,04 bilhões registrados entre janeiro e março de 2024.
No mercado interno, a receita com vendas da Petrobras teve crescimento de 8,6%, alcançando R$ 75,3 bilhões. As vendas totais no país, incluindo petróleo, gás natural, derivados, energia elétrica e outros serviços, somaram R$ 91,09 bilhões, com variação de 7,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. O preço médio dos produtos vendidos no mercado interno subiu 6,2% na comparação com o primeiro trimestre de 2024.
A receita com diesel foi de R$ 38,3 bilhões, com alta de 9,4% no período. A venda de gasolina gerou receita de R$ 17,3 bilhões, com elevação de 9,3%. No segmento de querosene de aviação, a receita aumentou 12%, totalizando R$ 6,5 bilhões.
As receitas da estatal com exportações apresentaram queda de 2,8% no primeiro trimestre de 2025, totalizando R$ 32,05 bilhões.
O endividamento líquido da companhia chegou a US$ 56,03 bilhões ao final de março, um aumento de 7,3% em relação aos US$ 52,24 bilhões registrados ao fim de dezembro de 2024. Em março do ano anterior, a dívida líquida era de US$ 43,64 bilhões. Com base no dólar médio de venda adotado pela estatal (R$ 5,84), a dívida líquida alcançou R$ 327,23 bilhões.
A alavancagem financeira da empresa, medida pela razão entre a dívida líquida e o Ebitda ajustado, foi de 1,45 vez no fim de março. No trimestre anterior, o índice era de 1,29 vez. Em março de 2024, a relação era de 0,86 vez.
Os investimentos da Petrobras no primeiro trimestre de 2025 somaram US$ 4,06 bilhões, um crescimento de 33,6% em relação ao mesmo período de 2024. Em comparação com o quarto trimestre do ano anterior, o volume de investimentos apresentou queda de 29,1%.
Segundo comunicado da estatal, “a realização do primeiro trimestre reforça o caráter atípico do nível de investimento observado no quarto trimestre de 2024, explicado pela recomposição do descasamento físico-financeiro das unidades próprias de Búzios, em resposta às ações de rupturas ao longo do segundo semestre de 2024”.
Do total investido, US$ 3,5 bilhões foram destinados à área de exploração e produção, classificados como investimentos em crescimento.
Os recursos foram aplicados na ampliação da capacidade de ativos existentes, implantação de novos ativos, além de melhorias em escoamento, armazenamento e infraestrutura. Na comparação com o último trimestre de 2024, houve redução de 28,5% no montante alocado para essa área.
De acordo com a empresa, “esse retorno reflete, principalmente, os esforços para o avanço financeiro, concentrados no trimestre anterior, para as plataformas em construção para o campo de Búzios, o que contribuiu para mitigar riscos de atrasos e aumentou o potencial de antecipações”.
O segmento de refino, transporte e comercialização recebeu US$ 405 milhões em investimentos no período. Já os segmentos de gás e energias de baixo carbono receberam US$ 55 milhões.
A companhia divulgou que manterá o foco na disciplina de capital e em projetos com retorno financeiro considerado adequado, dentro do planejamento estratégico vigente. O relatório financeiro referente ao primeiro trimestre foi disponibilizado aos acionistas e ao mercado em geral por meio de comunicado oficial.