A Petrobras está avaliando a possibilidade de firmar uma parceria estratégica no setor de etanol até o segundo semestre de 2025, de acordo com informações reveladas por William Nozaki, gerente executivo de gestão integrada da transição energética da empresa. A declaração foi feita durante o Energy Summit, realizado em 24 de junho no Rio de Janeiro, e foi publicada pela Folha de S.Paulo.

Durante o evento, Nozaki explicou que a Petrobras pretende ingressar de maneira relevante no setor de etanol, mas sem assumir uma posição majoritária nas parcerias. “O objetivo da Petrobras é fazer uma parceria para entrar de maneira relevante no segmento, não de forma majoritária”, afirmou o executivo aos jornalistas presentes.

A empresa está atualmente em negociações com diversos players do setor, que ainda demonstram interesse em colaborar com a Petrobras nesse novo projeto.

Nozaki também destacou que a estatal não tem uma preferência específica quanto à matéria-prima utilizada para a produção do etanol, apontando que tanto a cana-de-açúcar quanto o milho são alternativas viáveis, desde que atendam aos requisitos logísticos e econômicos da empresa.

“Tanto cana quanto milho nos interessam desde que parem de pé do ponto de vista logístico, do ponto de vista do preço, do ponto de vista da companhia”, completou.

A movimentação da Petrobras no setor ocorre em um momento de transformações no mercado de biocombustíveis, impulsionada pela recente aprovação da Lei do Combustível do Futuro, que pode trazer novos desafios e oportunidades para as empresas do setor.

Nozaki mencionou que diversas empresas estão observando o cenário com cautela, enquanto avaliam os impactos das mudanças regulatórias iminentes. Entre as alterações mais aguardadas está o possível aumento da mistura de etanol anidro na gasolina, que atualmente é de 27% e pode chegar a 30%. A proposta será discutida ainda nesta semana pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), de acordo com fontes governamentais.

A estratégia da Petrobras de entrar no setor de etanol com uma postura sólida foi reforçada por Nozaki, que destacou a consistência da empresa ao entrar em novos segmentos. “Quando a Petrobras ambiciona entrar em um segmento, entra de maneira consistente e robusta e nossa ambição não é diferente do caso do etanol”, disse o executivo.

Além de seu interesse no setor de etanol, a Petrobras também está analisando oportunidades em outras áreas de biocombustíveis. Nozaki antecipou que no segundo semestre deste ano a empresa poderá fazer anúncios importantes sobre biodiesel e biometano. A Petrobras busca se consolidar como um ator relevante no mercado de energia limpa, com ênfase em fontes renováveis e soluções sustentáveis.

Nos bastidores, William Nozaki tem sido apontado como um possível sucessor de Mauricio Tolmasquim na diretoria executiva de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras.

Tolmasquim foi recentemente indicado pelo governo para integrar o Conselho de Administração da Eletrobras. Questionado sobre os rumores de sua possível ascensão à diretoria executiva, Nozaki afirmou: “Não fui indicado, mas soube que meu nome estava sendo relatado. Isso é natural, já que ajudei no programa de energia do governo e integro os quadros da Petrobras.”

A Petrobras, com sua sólida trajetória no mercado de petróleo e gás, parece estar cada vez mais comprometida em diversificar suas operações e se adaptar às novas demandas do setor energético, especialmente no campo dos biocombustíveis, em um movimento alinhado com as exigências ambientais e regulatórias do Brasil e do mercado global.

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Last Update: 25/06/2025