Petrobras negocia de forma exclusiva blocos de petróleo na Costa do Marfim

A Petrobras anunciou nesta quarta-feira, 5, que recebeu do governo da Costa do Marfim o direito de exclusividade nas negociações para aquisição de novos blocos exploratórios localizados em águas offshore daquele país. A informação foi divulgada em comunicado ao mercado.

Segundo a estatal brasileira, a concessão de exclusividade ocorreu após a apresentação formal de uma manifestação de interesse pelos ativos. Os blocos em questão situam-se na porção ocidental da bacia sedimentar da Costa do Marfim, região considerada estratégica para futuras explorações petrolíferas.

Em nota oficial, o Conselho de Ministros da Costa do Marfim declarou que a Petrobras “ajudará a desenvolver ainda mais a margem ocidental da bacia sedimentar do país, que ainda é relativamente inexplorada”, destacando a experiência da companhia brasileira em operações em águas profundas.

A Petrobras reafirmou que a movimentação faz parte de seu plano estratégico de longo prazo, que prevê a recomposição das reservas de petróleo e gás natural por meio da exploração em novas fronteiras geológicas, tanto no território nacional quanto no exterior.

A empresa informou ainda que avalia oportunidades em ativos africanos como parte da ampliação e diversificação do seu portfólio.

“A avaliação de novas áreas tem como objetivo diversificar o portfólio exploratório da companhia com geração de valor”, afirmou a Petrobras no comunicado.

A operação na Costa do Marfim ainda depende da conclusão das negociações, que serão conduzidas com exclusividade pela Petrobras em relação aos blocos em análise.

A estatal não divulgou detalhes sobre o número ou a localização exata dos blocos, tampouco os valores envolvidos nas tratativas com o governo marfinense.

O interesse da Petrobras por ativos na África tem sido retomado após um período de foco em operações domésticas, especialmente no pré-sal brasileiro.

A empresa busca agora ampliar sua presença internacional com investimentos em áreas com potencial para exploração de petróleo e gás em ambientes similares aos que atua no Brasil.

Historicamente, a Petrobras já operou em países africanos, como Angola, Nigéria e Líbia. No entanto, nos últimos anos, a companhia se concentrou na redução de seu portfólio internacional. Com o novo posicionamento estratégico, a Costa do Marfim surge como um dos primeiros países a serem reinseridos na lista de ativos internacionais sob avaliação.

As negociações atuais não implicam compromisso definitivo de investimento ou início imediato de operações. A empresa indicou que ainda realizará estudos técnicos e análises de viabilidade antes de qualquer avanço nos contratos.

O Ministério de Minas, Petróleo e Energia da Costa do Marfim vem promovendo a atração de companhias internacionais para a exploração de petróleo e gás em sua costa atlântica, com foco na ampliação das reservas nacionais e na dinamização da economia local. A iniciativa inclui a oferta de blocos exploratórios em regiões consideradas promissoras e pouco exploradas.

Em 2021, o país anunciou a descoberta de um campo de petróleo e gás no bloco CI-101, operado pela italiana Eni, o que reacendeu o interesse de empresas globais pela bacia sedimentar da região. Desde então, o governo marfinense vem buscando atrair novos investimentos para impulsionar o setor energético.

A Petrobras reiterou que suas decisões de expansão internacional seguem critérios técnicos e financeiros definidos em seu plano estratégico. A empresa também ressaltou que mantém os princípios de governança e avaliação de riscos em todos os projetos analisados fora do Brasil.

O movimento internacional ocorre em paralelo aos planos da companhia de manter a liderança na produção de petróleo e gás no Brasil, especialmente nas áreas do pré-sal, onde concentra boa parte de seus investimentos. A diversificação geográfica, segundo a estatal, visa garantir maior resiliência ao portfólio e segurança no suprimento de reservas futuras.

A Costa do Marfim, localizada na África Ocidental, possui uma costa com potencial petrolífero ainda em fase inicial de desenvolvimento. O país tem buscado consolidar-se como alternativa na região para exploração em águas profundas, aproveitando a demanda de empresas por novas áreas fora dos mercados tradicionais.

A Petrobras não divulgou prazos para a conclusão das negociações com o governo da Costa do Marfim. As etapas seguintes devem incluir due diligence técnica e ambiental, além de definições sobre os termos contratuais para eventual início das atividades exploratórias.

A empresa também não informou se atuará sozinha ou em parceria com outras companhias no projeto. No setor de petróleo e gás, é comum a formação de consórcios para a exploração e desenvolvimento de blocos, especialmente em regiões que exigem alto investimento inicial e tecnologia específica.

A exclusividade obtida agora representa o primeiro passo no processo de avaliação de oportunidades na África. Qualquer decisão de entrada efetiva nos ativos dependerá de análises que considerarão o retorno financeiro, as condições operacionais e a viabilidade regulatória local.

Com informações da Reuters

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