A Petrobrás informou, nessa sexta-feira (9), a descoberta de uma nova jazida de petróleo no bloco de Aram, localizado no pré-sal da Bacia de Santos. A estatal confirmou que o óleo encontrado é de “excelente qualidade e sem contaminantes”, o que aumenta o potencial exploratório da área e reforça a importância estratégica da região para o setor energético nacional.

A descoberta foi realizada durante a perfuração do poço 3-BRSA-1396D-SPS, localizado a cerca de 248 quilômetros da costa de Santos (SP), em profundidade de 1.952 metros de lâmina d’água. O poço integra o bloco Aram, arrematado pela Petrobrás em março de 2020, sob o regime de partilha de produção.

Segundo a companhia, a presença de petróleo foi confirmada a partir da análise de perfis elétricos, amostras de fluido e indícios de gás encontrados durante a perfuração. O consórcio responsável pela exploração é formado majoritariamente pela Petrobrás, que detém 80% de participação e atua como operadora, e pela estatal chinesa CNPC (China National Petroleum Corporation), com os 20% restantes. A gestão do contrato cabe à estatal brasileira Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA).

Essa é a segunda descoberta significativa no mesmo bloco. Em março deste ano, a Petrobrás já havia identificado indícios de petróleo de alta qualidade no poço 4-BRSA-1395-SPS, também no bloco Aram, a uma profundidade de 1.759 metros e 245 quilômetros da costa. Ambas as descobertas fazem parte do Plano de Avaliação de Descoberta (PAD) do consórcio, que segue em execução e tem prazo para conclusão até 2027.

A empresa informou que iniciará agora uma fase de análises laboratoriais com o objetivo de caracterizar os reservatórios e os fluidos encontrados, para avaliar o potencial técnico e econômico da nova jazida. Além disso, estão previstas a perfuração de outros dois poços e a realização de um teste de formação.

A presidente da Petrobrás, Magda Chambriard, declarou que a descoberta confirma a eficácia da estratégia da estatal em ampliar as reservas de petróleo no País.

“É a segunda descoberta no mesmo bloco, seguindo o ótimo resultado já alcançado em outro poço exploratório no início do ano, onde encontramos petróleo de excelente qualidade. Estamos investindo fortemente na busca de novas reservas e os resultados estão vindo. Este ano, já anunciamos descobertas também em Brava e em Búzios.”

A nova descoberta na Bacia de Santos é mais uma demonstração do imenso potencial energético do Brasil, que dispõe de reservas petrolíferas capazes de impulsionar decisivamente o desenvolvimento econômico do País. Com tecnologia de ponta e uma das maiores experiências mundiais em exploração em águas profundas, a Petrobrás confirma, mais uma vez, sua capacidade técnica e científica, fruto de décadas de investimento e acúmulo de conhecimento.

No entanto, embora o petróleo seja brasileiro, a estrutura atual da Petrobrás impede que essa riqueza seja colocada integralmente a serviço da população. Desde o golpe de 2016, a estatal passou por um processo de destruição, operando como uma sociedade de economia mista dominada pelo capital estrangeiro. Essa condição faz com que boa parte dos lucros da empresa vá parar no bolso de banqueiros e fundos internacionais, enquanto o povo brasileiro continua pagando preços abusivos pelo combustível, cotados em dólar, apesar da produção ser majoritariamente nacional.

A descoberta de novas reservas, como esta no bloco Aram, reforça a necessidade de uma mudança profunda na política energética nacional. A Petrobrás deve ser 100% estatal. Nada de sociedade de economia mista, empresa pública, ou outra forma jurídica que permita a participação do capital privado.

A experiência da Guiana é um exemplo do que não deve ser feito: com produção controlada por monopólios imperialistas como a ExxonMobil, a Royal Dutch Shell e a Apache, o país viu seu PIB disparar, mas a miséria do povo permaneceu. A riqueza gerada pelo petróleo não se converteu em melhoria nas condições de vida da população. O Brasil, com uma estatal poderosa como a Petrobrás, tem todos os meios para trilhar o caminho oposto — desde que rompa com a política de submissão aos interesses do mercado financeiro.

Para que o petróleo sirva ao desenvolvimento nacional, é necessário retomar a Petrobrás para o controle exclusivo do Estado e dos trabalhadores. Somente com a reestatização total da empresa, a retomada do monopólio estatal do petróleo e o fim da política de preços atrelada ao dólar, será possível transformar essa riqueza em base para a industrialização, a geração de empregos, a redução do custo de vida e a verdadeira soberania energética do País.

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Last Update: 10/05/2025