A direita golpista no Brasil segue operante e já dá como certa a condenação do ex-presidente Bolsonaro, no julgamento que se encerra no dia 12 de setembro. Os bolsonaristas conspiram para anistiar e livrar todos os envolvidos nos atos terroristas que atentaram contra a democracia, em 8 de janeiro de 2023. Um dos artífices desse movimento é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que faz uma manobra rasteira ao viajar a Brasília para articular a votação do projeto que visa anistiar os baderneiros, o chamado “PL da Anistia”.
O líder do PT na Casa, deputado Lindbergh Farias (RJ), foi enfático: “Sem anistia! O STF já tem maioria para barrar qualquer indulto ou anistia prometidos a Bolsonaro. A tentativa de Tarcísio de abrir caminho para a impunidade foi rechaçada. Não vai ter acordo para salvar golpista”.
Lindbergh Farias questiona a manobra do governador paulista. “Me pergunto como um governador de uma estado importante faz um movimento como esse para tentar virar um candidato, se prestando a esse papel de fazer uma articulação rasteira aqui no Parlamento. Foi uma manobra de baixo nível feita pelo governador de São Paulo”, criticou.
Para Lindbergh, o projeto de anistia representa não apenas uma afronta ao Supremo Tribunal Federal (STF), que conduz o julgamento dos responsáveis pela tentativa de golpe de 8 de janeiro, mas também um ataque direto à Constituição. Ao defender que golpistas possam ser perdoados, o projeto abre uma brecha inaceitável: a de normalizar crimes contra o Estado Democrático de Direito.
Além disso, o líder petista também defende que existem outras proposições alinhadas a necessidade popular. “As pessoas querem que a gente vote a isenção do Imposto de Renda, que vai beneficiar 20 milhões de brasileiros. Tivemos uma operação da Polícia Federal contra o PCC, envolvendo fintechs, e, ao mesmo tempo, a Câmara precisa instalar a PEC da Segurança Pública. Há também um projeto que dá mais força à Polícia Federal. É inacreditável que priorizarem colocar esse tema (anistia) em discussão”, destacou Lindbergh durante entrevista coletiva.
Ataque ao Estado de Direito
Já o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE) comentou no X (antigo Twitter) que o movimento articulado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em defesa da anistia de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, “constitui um ato de profundo desrespeito à democracia e ao Estado Democrático de Direito”.
Conforme Guimarães, Tarcísio pode estar se valendo de uma figura marcada por crimes graves contra a ordem democrática como trampolim para seu projeto presidencial, trocando princípios democráticos por dividendos eleitorais herdados do bolsonarismo.
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“Se confirmada essa tendência, a história demonstra que, uma vez garantidos esses votos, Tarcísio tende a relegar Bolsonaro ao esquecimento, em um dos gestos mais oportunistas desde a redemocratização. O curioso, nesse processo, é assistir a um golpista sendo golpeado. Resta, então, a pergunta: como o povo pode confiar em quem já planeja trair o próprio clã?”, critica Guimarães.
Sem anistia
Sempre em defesa da democracia, parlamentares petistas manifestam repúdio ao PL da anistia e à postura de Tarcísio que age como verdadeiro porta-voz de golpes. O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) é taxativo. “O Brasil não esquece e a democracia não tolera ataques. Sem anistia!”