Bancada do PT cobra regulamentação das redes e votações de projetos voltados para a proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital
A denúncia feita pelo youtuber e comunicador Felca, publicada em 6 de agosto no vídeo Adultização, repercutiu fortemente entre parlamentares da bancada do PT. O conteúdo, que expõe casos de exploração e objetificação de crianças e adolescentes na internet, acendeu o alerta para a urgência de medidas legislativas que reforcem a proteção da infância no ambiente digital.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Reimont (PT-RJ), foi enfático em seu perfil na rede social X: “Crianças não são mercadoria! A internet trouxe novos riscos para nossas crianças e adolescentes. A exposição e a exploração de suas imagens nas redes sociais alimentam abusos e fortalecem redes de pedofilia. Isso é crime e vamos combater! ”
🚨 Crianças não são mercadoria!
A internet trouxe novos riscos para nossas crianças e adolescentes. A exposição e a exploração de suas imagens nas redes sociais alimentam abusos e fortalecem redes de pedofilia. Isso é crime e vamos combater! pic.twitter.com/wkLqerUaGR
— Reimont (@Reimont) August 9, 2025
Atualização do ECA
O deputado federal Luiz Couto (PT-PB) lembrou que seu projeto de lei, o PL 3336/2025, que atualiza o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para proteger a infância no ambiente digital, segue parado na Casa. “É revoltante ver crianças e adolescentes sendo adultizados e explorados nas redes, como mostram os vídeos do Felca, que viralizaram na internet. Faço um apelo ao presidente Hugo Motta: criança não é entretenimento nem mercadoria!”
Ver essa foto no Instagram
Regulamentação das redes
A Presidente da Comissão da Amazônia, povos originários e tradicionais, deputada Dandara (PT-MG), ressaltou a conexão entre a denúncia e a falta de regulamentação das plataformas: “É preciso falar sobre a violência praticada na internet e a adultização infantil diante da ausência da regulamentação das redes sociais, como expôs Felca. A votação de projetos de combate à exploração infantil será prioridade”.
Nessa semana em que se comemora o Dia do Estudante e o Dia Internacional da Juventude é preciso falar sobre a violência praticada na internet e a adultização infantil diante da ausência da regulamentação das redes sociais, como expôs @Felcca. A votação de projetos de combate à… pic.twitter.com/OissANpqCg
— Dandara Tonantzin (@todandara) August 11, 2025
Sobre a lógica mercadológica das big techs, a deputada federal Lenir de Assis (PT-PR) criticou “que os criminosos que ele denunciou fazem não é descuido, é modelo de negócio. Exigimos a regulamentação urgente das redes, punição exemplar aos envolvidos e garantia de proteção integral às crianças”.
Leia mais: Reimont aciona PGR contra influenciador acusado de exploração sexual infantil
Proteção da infância nas redes
Para a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), a denúncia comprova que há crimes estruturados nas redes: “Felca, a adultização é exploração sexual. Sua denúncia mostra que criminosos monetizam suas contas hipersexualizando crianças. Muito importante votarmos o PL 2628/2022 que protege a infância no ambiente digital”. A parlamentar também informou que a Frente Parlamentar pelos direitos da criança já colheu as assinaturas para a instalação de uma CPI sobre o tema.
Votações na Câmara dos Deputados
Diante da repercussão, o deputado Rubens Otoni (PT-GO) comunicou que a Câmara prepara um pacote legislativo para enfrentar o problema. Em seu perfil na rede social X, o parlamentar comemorou a boa notícia. “Câmara prepara votação de pacote de projetos contra a ‘adultização’ de crianças nas redes”.
Com a mobilização crescente no Parlamento, a denúncia de Felca coloca pressão sobre a pauta legislativa, transformando um alerta das redes sociais em tema urgente de política pública. O canal do youtuber conta com 5,42 milhões de inscritos e até o momento dessa matéria o vídeo estava com 27.548.084 visualizações. Felca também decidiu não monetizar com anúncios no vídeo e as monetizações por visualizações estão sendo doadas para instituições que lidam com o tema na proteção da infância.
Para qualquer denuncia anônima Ligue 100 de qualquer telefone fixo ou celular.
Elisa Alexandre