Deputados do PT denunciam gravidade da situação, quando parlamentares da extrema-direit travaram os trabalhos da Casa
A sessão desta terça-feira (12/8) na Câmara dos Deputados foi marcada por duras críticas da Bancada do Partido dos Trabalhadores à ocupação da Mesa Diretora por parlamentares bolsonaristas, que impediu o funcionamento da Casa por mais de 24 horas na semana passada. À frente da ofensiva contra os responsáveis, o deputado João Daniel (PT-SE) anunciou que protocolou representação no Conselho de Ética para a suspensão do mandato dos envolvidos, classificando o ato como mais um capítulo da escalada golpista no País.
“Solicitei as medidas cabíveis ao Conselho de Ética para as devidas providências que o caso requer e que esta Casa exige postura. São atos golpistas que vêm ao longo do tempo. Como perderam a eleição para o Presidente Lula, fizeram várias tentativas de golpe. Este processo, em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, amedronta aqueles que cometeram crime, tanto é que pedem antecipadamente pela votação do PL da anistia”, afirmou João Daniel.
Reincidentes contra a democracia
O deputado federal Patrus Ananias (PT-MG) comparou a ação a outras investidas históricas da direita contra a democracia. “A direita, no Brasil, tem uma tradição golpista. Hoje estão agindo de forma mais sutil. Tentam quebrar, por dentro, os poderes que asseguram a República e a democracia, como vimos ao impedirem o trabalho por 2 a 3 dias, tomando conta da Mesa e dos espaços das diretorias da Câmara e do Senado”.
Nessa reincidência de atos que atentam contra a democracia, o deputado federal Padre João (PT-MG) classificou o bolsonarismo como a pior coisa para o País. “Eles estão negando a Pátria, negando o serviço à família e disseminando o ódio, contaminando a política, obstruindo o trabalho”, pontuou.
O deputado federal Joseildo Ramos (PT – BA) também foi contundente em sua denuncia: “trata-se de algo que transbordou das normas do Regimento Interno. Aliás, eu fui testemunha de que o nosso Presidente da Casa foi obstruído, fisicamente, naquela escada, e não teve acesso, quando queria assumir o lugar, onde agora está sentado, mesmo porque havia outro Deputado sentado”.
Ao fazer um paralelo em defesa dos movimentos sociais, o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) criticou o ‘sequestro’ e disse que a atitude desmoraliza ainda mais o discurso bolsonarista contra, principalmente, o Movimento Sem Terra (MST). “Os Sem Terra ocupam terras improdutivas para produzir. Esta é uma Casa produtiva. Não poderiam, de forma nenhuma, ter feito aquela invasão, tentando desmoralizar o Presidente desta Casa”.
Punição contundente
Diante do lamentável episódio, o deputado federal Pedro Uczai (PT-SC) foi taxativo. “Vejam a barbaridade que aconteceu aqui na semana passada. Se não houver punição, o Parlamento vai se diminuir”. Na mesma linha, o deputado federal Marcon (PT-RS) cobrou resposta imediata da Presidência da Câmara. “Espero que seja a primeira e a última vez que colegas invadam a Mesa Diretora. Esses deputados têm que ser punidos, afastados”, finalizou.
Unidos no plenário, parlamentares da base governista reforçaram que a tentativa de transformar o Legislativo em palanque golpista não pode passar impune.
Elisa Alexandre
