Petistas defendem justiça climática com protagonismo popular na COP30

Em audiência na Comissão de Meio Ambiente, parlamentares destacam o papel do Brasil na liderança climática

 

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados realizou, nesta quarta-feira (6/8), uma conferência sobre os preparativos da COP30, que será sediada em Belém do Pará em 2025. Com o tema “Preparações, coordenações e promoções para a realização da 30ª Conferência sobre as Mudanças Climáticas”, o encontro reuniu parlamentares, movimentos sociais e demais representantes para discutir o papel do Brasil na construção de uma conferência histórica.

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Fortalecimento da democracia ambiental

Deputado Nilto Tatto. Foto: Gabriel Paiva

Para o deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), a COP no Brasil representa uma oportunidade única de ampliar a participação popular e fortalecer a democracia ambiental. “As últimas COPs aconteceram em países onde nem manifestação de rua era permitida. Aqui, temos que garantir um espaço real e permanente para a sociedade civil, não só durante o evento, mas como legado político”, defendeu. O parlamentar também questionou o peso dado aos mecanismos de mercado e cobrou que os países historicamente responsáveis pela crise climática arquem com suas dívidas ambientais.

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, concordou com a urgência de ampliar a inclusão e destacou o papel estratégico do país: “O Brasil é visto como capaz de contribuir justamente por causa da sua diversidade, democracia e dinamismo social. Queremos que a COP30 seja reconhecida como a conferência da ação e da implementação”, afirmou.

Caatinga como diferencial brasileiro

Deputado Mineiro. Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados

Diante do negacionismo ambiental global, o deputado federal Fernando Mineiro (PT-RN) denunciou: “Com o negacionismo do império americano, vivemos um momento tenso, mas há uma maioria global consciente dos efeitos das mudanças climáticas”, disse. Mineiro celebrou a Caatinga e sua exclusividade brasileira, e aproveitou para cobrar que o bioma seja incluído na centralidade da agenda climática. “A desertificação já é realidade em partes do país. É preciso colocar a Caatinga no mapa da COP30”.

Fim dos retrocessos

Deputada Erika Kokay. Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) destacou o valor emblemático do evento que deve marcar o fim de um ciclo de retrocessos. “Tivemos um ministério com uma política antiambiental. Agora é hora de reconstruir. A Comissão precisa retomar seu papel de defesa do meio ambiente e da soberania popular”.  A parlamentar também defendeu o veto ao chamado “PL da Devastação”, que flexibiliza o licenciamento ambiental. “A COP30 é uma oportunidade de fazer luto coletivo por um período traumático e afirmar que a casa é comum não apenas dos humanos, mas de todas as formas de vida”.

 

 

Elisa Alexandre

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