Após à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, anunciada no início da noite desta quinta-feira (29/1), parlamentares da Bancada do PT na Câmara manifestaram forte repúdio à medida, classificando-a como prejudicial à população e à economia brasileira. Eles destacaram os impactos fiscais do aumento dos juros e criticaram a política monetária adotada durante a gestão de Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central.
O líder da Bancada do PT, deputado Odair Cunha (PT-MG), afirmou que a decisão de elevar a taxa básica de juros é “extremamente prejudicial à população e à economia”. Ele criticou a gestão anterior do Banco Central, sob o comando de Campos Neto, e sugeriu que o atual presidente da instituição, Gabriel Galípolo, herdou uma situação complicada.
“É uma armadilha que Campos Neto deixou contratada: dois aumentos de 1 ponto percentual na taxa Selic. Se Gabriel Galípolo alterasse essas contratações, criaria uma enorme crise”, disse Cunha”.
A decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central de elevar em 1 ponto percentual a taxa SELIC é extremamente prejudicial à população e à economia brasileira. E é uma armadilha que Campos Neto: quando ainda era presidente do BC, deixou contratados dois aumentos de 1…
— Odair Cunha (@odaircunhamg) January 30, 2025
Impacto Fiscal
Odair Cunha também destacou o impacto fiscal da medida. “Cada ponto percentual da Selic significa mais de R$ 50 bilhões no orçamento público. No acumulado de doze meses, até novembro passado, o país gastou mais de R$ 837 bilhões com o pagamento de juros da dívida, ante um déficit primário de apenas R$ 14,5 bilhões”.
Para o parlamentar, o aumento dos juros não combate à inflação, mas beneficia os rentistas. “A realidade mostra que o aumento desenfreado dos juros não ataca a inflação, serve apenas para favorecer rentistas, em detrimento das famílias brasileiras e do setor produtivo”, criticou.
Ele espera que a nova direção do Banco Central adote uma postura alinhada aos interesses nacionais. “Esperamos que a nova direção do Banco Central supere o triste legado do bolsonarista Roberto Campos Neto e passe a atuar de acordo com os interesses nacionais, para que o controle da inflação seja feito em sintonia com políticas públicas que levem à manutenção do crescimento econômico e a geração de empregos, renda e melhores condições de vida para o nosso povo”, disse Odair.
Dinheiro do povo brasileiro
O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) foi ainda mais enfático em suas críticas, comparando o aumento dos juros a um desperdício de recursos públicos. “Quem rasga dinheiro? O Banco Central brasileiro rasga, mas é o dinheiro seu, de quem está lendo, de cada brasileiro que paga impostos”, escreveu em suas redes sociais.
Dirceu destacou que os recursos gastos com o pagamento de juros poderiam ser direcionados para áreas essenciais. “Só ontem rasgaram R$ 50 bilhões que iriam para saúde, segurança, educação e etc. A cada aumento de 1% da taxa de juros, são mais R$ 50 bilhões gastos, ajudando os bilionários, aquele 1% da população, a ficar ainda mais cheios de grana”, criticou.
Quem rasga dinheiro?
O Banco Central brasileiro rasga, mas é o dinheiro seu, de quem está lendo, de cada brasileiro que paga impostos.
Só ontem rasgaram 50 bilhões que iriam para saúde, segurança, educação e etc.
A cada aumento de 1% da taxa de juros, são mais 50 bilhões… pic.twitter.com/5zyPSohIyn
— Zeca Dirceu (@zeca_dirceu) January 30, 2025
O deputado Paulão (PT-AL) também criticou a decisão do Copom. “É u ma decisão lamentável, que prejudica a economia brasileira e que terá consequência na camada mais pobre da sociedade”, alertou o deputado
No primeiro Copom sob liderança de Galípolo, BC aumenta juros a 13,25% https://t.co/EQOUq9cNiu
Uma decisão LAMENTÁVEL!
Que prejudica a economia brasileira.
É que terá consequência na camada mais pobre da sociedade.— Paulão (@paulaodopt) January 30, 2025
Lorena Vale