Uma pesquisa do Procon-SP identificou diferenças expressivas nos preços de produtos tradicionais da ceia de Natal, com variações que ultrapassam 100% entre estabelecimentos da cidade de São Paulo. No interior e no litoral do estado, a discrepância chega a quase 170%, segundo o levantamento divulgado última terça-feira (16).
O estudo analisou os preços de 121 itens típicos do período natalino, como azeites, panetones e chocotones, bombons, frutas em calda, farofas prontas, conservas e carnes congeladas. A coleta foi realizada entre os dias 4 e 10 de dezembro em 82 supermercados de 12 municípios paulistas, incluindo a capital, cidades do interior e do litoral.
Na capital paulista, a maior diferença de preço registrada foi de 108,90% no quilo da azeitona chilena a granel. O produto foi encontrado por R$ 99,98 em um estabelecimento e por R$ 47,86 em outro, uma diferença de R$ 52,12.
Já no interior e no litoral, a maior variação ocorreu em Bauru. O quilo da azeitona verde com caroço a granel custava R$ 69,90 em um comércio e R$ 25,90 em outro, o que representa uma diferença de 169,88%, ou R$ 44,00 em valores absolutos.
De acordo com o Procon-SP, o objetivo da pesquisa é retratar o comportamento dos preços no varejo e alertar os consumidores sobre a importância de comparar valores antes de realizar as compras. O órgão destaca que um mesmo produto pode apresentar diferenças significativas de preço mesmo dentro da mesma cidade.
Comparação com o ano anterior
O levantamento também comparou 99 produtos comuns às pesquisas realizadas na capital em 2024 e 2025. Em média, os preços desses itens tiveram alta de 0,97%. Entre os grupos que apresentaram aumento estão bombons (18,20%), conservas (8,52%), carnes (7,41%), panetones e chocotones (7,56%), frutas em calda (7,22%) e farofas prontas (1,33%).
A elevação média só não foi maior devido à queda nos preços de alguns itens, especialmente azeite, que registrou recuo de 26,85%, e lentilhas secas, com redução de 6,19%. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, acumulou alta de 4,46%.
Abrangência da pesquisa
Na capital, a coleta de preços ocorreu nas zonas norte, sul, leste, oeste e região central. No interior, foram pesquisados estabelecimentos em Bauru, Campinas, Jundiaí, Marília, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Sorocaba. No litoral, o levantamento abrangeu Santos e São Vicente. As pesquisas em Jundiaí e Marília tiveram apoio dos Procons municipais.
Foram considerados apenas os produtos comercializados em pelo menos três dos estabelecimentos visitados, e as variações de preços referem-se aos dias em que a coleta foi realizada.
Orientações ao consumidor
O Procon-SP recomenda que os consumidores comparem preços entre diferentes estabelecimentos e avaliem a relação entre qualidade, peso e valor dos produtos. O órgão também orienta o planejamento prévio do cardápio da ceia, com a elaboração de uma lista de compras, para evitar gastos desnecessários.
Outra recomendação é a leitura atenta de rótulos e embalagens, com atenção às condições de conservação, informações nutricionais, presença de alergênicos e prazo de validade. O Procon também alerta que promoções anunciadas devem ser cumpridas pelos comerciantes, sendo importante guardar folhetos e anúncios.
Por fim, o órgão chama a atenção para a redução de gramatura observada em alguns produtos, especialmente panetones e chocotones. Nesses casos, a legislação determina que a alteração seja informada de forma clara e destacada na embalagem por, no mínimo, seis meses.
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