Destroços na cidade de Jabalia, em Gaza, após ataque israelense. Foto: Mahmoud Issa/Reuters

Uma pesquisa da Universidade Estadual da Pensilvânia (Pennsylvania State University, em inglês) mostrou que 82% dos judeus israelenses apoiam a retirada forçada dos moradores de Gaza, 56% são favoráveis à remoção de árabes israelenses e 47% concordam com o genocídio de palestinos pelas FDI (Forças de Defesa de Israel). O levantamento foi realizado em março, com 1.005 entrevistados.

A pesquisa foi divulgada pelo Haaretz, jornal israelense. Para medir o nível de aceitação do genocídio em Gaza, os entrevistadores perguntaram se o exército deveria agir como os israelitas da Bíblia, sob o comando de Josué em Jericó, eliminando todos os habitantes de uma cidade conquistada. Quase metade (47%) respondeu afirmativamente.

Mais de 65% dos participantes acreditam que existe hoje uma versão contemporânea de Amaleque, tribo nômade que representa um inimigo bíblico dos judeus. Dentre esses, 93% consideram que o mandamento religioso de “apagar Amaleque” continua válido nos dias atuais.

O estudo também apontou que 82% defendem a remoção total dos palestinos de Gaza, enquanto 56% concordam com a expulsão de palestinos nativos que possuem cidadania israelense. Em 2003, esses índices eram de 45% e 31%, respectivamente, evidenciando um crescimento no apoio a políticas de deslocamento forçado ao longo das últimas décadas.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Foto: Abir Sultan/AP

Entre israelenses seculares — que se identificam como judeus, mas não seguem rigorosamente as tradições religiosas — o respaldo a essas medidas é um pouco menor, embora ainda elevado: 69% são a favor da retirada da população de Gaza e 31% endossam a repetição da destruição bíblica de Jericó.

A adesão a essas ideias é mais comum entre os mais jovens: 66% dos judeus israelenses com menos de 40 anos aprovam a expulsão de palestinos nativos, e 58% apoiam a adoção de estratégias semelhantes às usadas em Jericó. Apenas 9% dos homens dessa faixa etária — os mais propensos a servir nas forças armadas — rejeitam completamente ambas as propostas.

Desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023, o governo israelense, chefiado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, intensificou sua ofensiva militar na região, resultando em mais de 50 mil palestinos mortos, segundo o Ministério da Saúde local.

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Last Update: 23/05/2025