A página oficial do Ministério da Defesa no X (antigo Twitter) deixou de exibir nesta terça-feira 11 uma mensagem publicada ainda durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) que tinha um link para um canal no aplicativo de mensagens Telegram com um pedido de golpe de Estado.
A mensagem, que ficou no ar por dois anos e quatro meses, tinha sido publicada em 7 de novembro de 2022, pouco mais de duas semanas após o segundo turno das eleições presidenciais, e dizia: “#NotaOficial | Defesa informa sobre o relatório do trabalho de fiscalização do sistema eletrônico de votação. Confira nota na íntegra”.
O link para a tal “nota”, porém, direcionava para um canal do Telegram nomeado “Ministério da defesa” (com a letra ‘d’ minúscula – fora do padrão usado formalmente). O canal tinha uma única mensagem publicada, e dizia: “Dê o golpe jair”, ao lado de uma bandeirinha do Brasil.
O Ministério da Defesa, naquela ocasião, era comandado pelo general Paulo Sergio Nogueira de Oliveira. Ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da União por participação ativa na tentativa de golpe de Estado. A denúncia está nas mãos do Supremo Tribunal Federal.
O caso envolvendo a rede social oficial da Defesa veio à tona no último domingo 9, após reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. Quando o texto foi publicado pelo Estadão, o grupo tinha 289 inscritos. O Ministério não soube informar à reportagem se o episódio foi fruto de invasão de hackers ou se teve envolvimento de algum servidor da pasta.
A publicação na página oficial da Defesa no X ficou no ar pelo menos até a última segunda-feira 10, conforme constatou a CNN Brasil. Entretanto, no início da tarde desta terça-feira 11, a postagem não estava mais disponível.

O grupo tinha uma única mensagem: um pedido de golpe – Imagem: Reprodução/CNN Brasil
Em nota, o Ministério da Defesa informou que solicitou ao Telegram, ainda na segunda, a exclusão do canal que utilizava o nome da pasta indevidamente.
“A Assessoria Especial de Comunicação Social do Ministério da Defesa tomou conhecimento do uso indevido do canal por meio da reportagem [do Estadão] e esclarece que mantém uma conta oficial e verificada na plataforma Telegram, que pode ser acessada pelo link: https://t.me/s/MinisteriodaDefesaOficial”, complementa o texto divulgado.