O governo dos Estados Unidos anunciou que vai realizar um pente-fino nos pedidos de visto para qualquer pessoa que deseje visitar a Universidade Harvard. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (30) pela agência Reuters, com base em um documento assinado pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio.
Segundo a ordem, todos os consulados e embaixadas do país devem aplicar uma análise extra a qualquer interessado em obter visto com intenção de ir à instituição. A medida vale para estudantes, professores, funcionários, palestrantes, convidados e até turistas.
Rubio afirmou que Harvard não estaria garantindo um ambiente livre de violência e antissemitismo. O governo Trump tem classificado manifestações críticas a Israel e favoráveis à Palestina como sinais de antissemitismo, o que ampliou a margem de atuação do Departamento de Estado na análise de vistos.
O comunicado recomenda que os funcionários consulares examinem as redes sociais de todos os solicitantes, inclusive determinando que contas privadas sejam tornadas públicas. “Isso pode refletir um desejo de fugir de questionamentos ou esconder certa atividade”, diz o texto.
Na semana passada, Trump cortou verbas federais destinadas a Harvard e exigiu que a universidade forneça os nomes e atividades políticas dos estudantes estrangeiros. A autorização para receber alunos de fora foi suspensa, mas a decisão foi barrada por uma juíza.
O episódio se insere na disputa entre o governo e instituições de elite dos EUA, agravada pelos protestos estudantis em 2024 contra a guerra em Gaza. Na ocasião, alunos ocuparam campi em defesa da causa palestina e exigiram o fim da parceria com Israel.
Apesar das medidas, Trump declarou nesta sexta que ainda deseja que estudantes estrangeiros façam faculdade nos EUA, sem abrir mão da rigidez na triagem. O governo também anunciou, nesta semana, que vai revogar vistos de estudantes chineses ligados ao Partido Comunista, medida que ainda não teve detalhes revelados.
