Por Pedro dos Anjos
Há, sim, o revanchismo enviesado de Israel contra o povo palestino.
E ele se encaixa perfeitamente como purgação para os países que exterminaram, torturaram e/ou humilharam historicamente os judeus.
Nesta geração ou noutra próxima, quando o sionismo judaico acusar oponentes de “antissemitismo”, não faltarão velhacos para esfregar na sua cara a carnificina que os sionistas produzem no Oriente Médio.
A seguir, fatos históricos inelutáveis.
Os faraós perseguiram os hebreus com extrema brutalidade.
E daí?
Hoje, Israel ameaça jogar os palestinos de Gaza em áreas desérticas do Egito.
O Império Romano agitou falsamente o protagonismo dos judeus no assassinato de Cristo.
E daí?
O Mossad é pródigo em executar vários líderes dos países ao seu redor.
A Idade Média cristã praticou amiúde a caça às bruxas contra o povo judeu.
E daí?
Na atualidade, o militarismo israelense massacra crianças, mulheres, idosos, jornalistas, pacientes e profissionais de saúde.
Chegamos a um dos mais terríveis crimes étnicos ocorrido na história da humanidade: o Ocidente cristão produziu ou tolerou a tragédia do Holocausto.
E daí?
No Oriente Médio, Israel trucida, tortura e prende quem quer e pelo tempo que quiser, invade e destrói tudo, atuando como uma força bélica bárbara e pusilânime.
Como se não houvesse o amanhã, o revanchismo enviesado de Israel vinga-se sobre um povo quase sem armas, o palestino.
Contudo, na história sempre tem havido o amanhã e ele pode se virar planetariamente contra todos os judeus.
É possível imaginar as falas que virão.
“A cadela antissemita está sempre no cio” – lembrar-nos-á o vigil sionismo judaico.
“E daí?” – rosnará a nova onda judeofóbica.
E sem expressar empatia pela causa palestina, retrucará: “Vocês, judeus, produziram ou toleraram a matança e destruição dos palestinos”.
“Mas, as armas que usamos foram vocês que nos forneceram” – replicarão os sionistas.
“Espera aí, armas não matam pessoas, pessoas e países matam!”– treplicarão as forças judeofóbicas.
Todo ódio caminha para reincidir, mais cedo ou mais tarde, abruptamente, no colo de todos os judeus do mundo.
“E daí?” – agora é a minha vez de indagar.
E afirmar: “O cessar fogo e a ocupação israelense da Faixa de Gaza e da Cisjordânia já passam da hora!”
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