Por João Pedro Silva**
O monoteísmo hebraico e a unipolaridade estadunidense estão hipocritamente procurando um inimigo para culpar pela guerra que eles desejam e para qual se preparam.
Assim é narrada a guerra que a Ucrânia promoveu contra a Rússia (Revolução da Maidan, 2013/2014) e está se transformando no tiro no pé para toda Europa. Apenas a intensidade da desinformação impede que todos tenham a exata noção do que está ocorrendo no Atlântico Norte.
O Brasil tem o pior Legislativo de sua história, não apenas pelo despreparo intelectual mas pela desfaçatez dos “orçamentos secretos” e “emendas” de toda ordem no orçamento da Nação.
Esta qualificação invade também o judiciário, como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) escolhido por ser “terrivelmente evangélico” (sic).
Que não se agrida Lula comparando-o a Joe Biden, mas pela idade, pela saúde, pelo tempo de injustificável prisão, ele não tem enfrentado, com medidas objetivas e eficazes, a incomensurável pressão para privatizar, de vez e totalmente, o Brasil.
Regredimos ao período onde nem havia arremedo de Estado no Brasil, pois, em 1548, Dom João III constituiu o Estado Colonial dotado de alguma autonomia administrativa, ou seja, de mínima Soberania, com órgão de defesa externa (capitão-mor da costa), órgão para defesa interna (ouvidor-mor) e mais um para cuidar das finanças (provedor-mor).
A cidadania era, então, privatizada e só deixou de o ser quando, onze dias após empossado na Presidência (novembro de 1930), Getúlio Vargas criou o ministério para saúde, para educação e, outros tantos dias depois, para o trabalho.
Hoje o Banco Central (designação corrente do provedor-mor) se declara independente da Nação, nada tem que fazer pelo Brasil pois seu compromisso é com as finanças apátridas.
O capitão-mor da costa se repartiu em três, mas estão buscando transferir suas incumbências para uma empresa com ações em Bolsas de Valores. E o ouvidor-mor já são as milícias, que ocupam cada dia maior espaço na administração municipal e estadual.
O retrato é desanimador. Mas é exatamente por isso que surgirá, da força do povo que, não suportando mais esta vexatória situação, se revoltará, olhando seus filhos e netos exclamará: quero o Brasil brasileiro, para meus descendentes, fora com as finanças apátridas, fora com as privatizações, fora com esta ocupação de marginais na administração das nossas cidades.
Dois recentes eventos dão ânimo à mudança. O assassinato da geriatra capitã-de-mar-e-guerra, por tiro de milicianos ou traficantes, que atravessou a janela do Hospital Marcílio Dias (Lins de Vasconcelos, RJ) se alojando na cabeça da médica, que comoveu não somente militares, mas civis que convivem com a falta da segurança pública estatal. Este feito resulta da privatização crescente do “ouvidor-mor”.
O segundo foi a inédita prisão, determinada pela justiça civil, com apoio do Ministério Público, de general do exército, último posto da carreira, por agir contra o Estado de Direito, articulador de Golpe de Estado e crimes conexos. A dolorosa e sentida realidade da privatização do “capitão-mor da costa”.
**João Pedro Silva é administrador aposentado.
*Este texto não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.