Enquanto o mundo enfrenta guerras, mudanças climáticas, fome e desigualdade, a revista Veja decidiu mirar sua lupa, mais uma vez, na postura “constrangedora” de Lula, desta vez durante a reunião do G7.
O motivo da crítica? O presidente brasileiro interrompeu, de forma educada, o discurso do primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, ao perceber uma falha na tradução simultânea. Um gesto comum e necessário em eventos multilíngues foi interpretado pela revista como um “climão”.
No vídeo do encontro, que reuniu os membros do G7 e líderes convidados, como Lula, o presidente aparece sinalizando que não está recebendo o áudio com a tradução. Ao lado de Lula está seu intérprete oficial, Sérgio Ferreira, que o acompanha há anos em compromissos internacionais.
O premiê chega a dizer: “Nós vamos esperar um minuto pela tradução, porque toda palavra que vou dizer vale a pena. De acordo comigo mesmo, é claro”. A piada é bem recebida pelos líderes. Em seguida, ele se dirige a Lula, em inglês, perguntando se o áudio está funcionando.
Lula, então, cobra novamente o ajuste e reforça ao seu intérprete que ainda não ouve a tradução. “A intérprete tem que falar. Manda falar qualquer coisa para ver se o som sai aqui”, diz o presidente, em um pedido básico para garantir o entendimento de uma fala importante em um fórum internacional de alto nível.
Mas, no jornalismo que prioriza o que não é notícia aos resultados concretos da política externa, o cuidado de um chefe de Estado em compreender o conteúdo da reunião se transforma em “gafe diplomática”. Aliás, ontem foi dia de noticiar a dispersão de Lula durante a foto oficial dos participantes da cúpula do G7.
A pergunta que fica é: o que a Veja, entusiasta da Lava Jato, esperava que ele fizesse? Que Lula escutasse calado, fingindo entender, e perdesse parte de uma discussão central para o mundo, apenas para evitar o “constrangimento”?
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