O ministro da Previdência, Carlos Lupi, presidente licenciado do PDT, afirmou a CartaCapital que seu partido está próximo de concretizar a filiação do ex-governador do Paraná Roberto Requião. Eles se reuniram em Curitiba nesta sexta-feira 7.
Requião integrou o MDB por 40 anos, até 2021, quando decidiu entrar no PT, legenda pela qual tentou — sem sucesso — se eleger governador no ano seguinte. Em 2024, trocou o PT pelo Mobiliza e concorreu à prefeitura de Curitiba, mas terminou em sétimo lugar.
Lupi declarou que o acerto está “muito bem encaminhado”, mas que restam algumas pendências internas. O convite a Requião não é uma novidade: os pedetistas já haviam tentado atraí-lo desde seus tempos de MDB. “Ficou muito evoluído, acho que isso vai acontecer”, resumiu o ministro.
“O Requião é um patrimônio da política brasileira, no sentido mais profundo que a política representa, de ideias, de projetos, de compromisso popular”, afirmou Lupi. “Tem uma fidelidade ideológica muito grande com o trabalhismo, com a nossa história. Então, ali é fome com vontade de comer.”
Questionado sobre planos de lançar Requião a algum cargo em 2026, o líder do PDT mencionou uma frase do ex-governador: “Não quero nada e posso tudo”. Ao sinalizar a possibilidade de bancar essa candidatura, porém, disse que “ninguém na política do Paraná que tenha um pouco de conhecimento da história pode desconhecer o nome de Requião”.
O iminente embarque de Requião nas fileiras pedetistas não teve influência direta de Ciro Gomes, principal expoente eleitoral da sigla nos últimos anos. “Ele é muito amigo de Ciro, vai falar com Ciro, mas a iniciativa foi minha”, detalhou Carlos Lupi.
No início da tarde desta sexta, Roberto Requião publicou uma enquete em seu perfil no X para que seus seguidores opinem sobre o ingresso no PDT. “Fui convidado pelo Lupi para fazer parte da reorganização do PDT no Paraná. Partido nacionalista, desenvolvimentista, sem nunca abrir mão da soberania do Brasil e dos direitos do nosso povo. Que vocês acham da opção?”, perguntou. As opções são “ótima” e “negativa”.
A tendência é que o PDT filie também o deputado estadual Requião Filho, que conseguiu deixar o PT sem perder seu mandato, com autorização do Tribunal Regional Eleitoral paranaense.
