Nesta quinta-feira (1º), o Partido da Causa Operária (PCO) realizou, em São Paulo, o único ato classista e verdadeiramente revolucionário no Brasil durante o Dia Internacional de Luta da Classe Operária. Enquanto as entidades sindicais pelegas e patronais, como Força Sindical e CTB, promoveram sorteios financiados por empresas e bancos, o PCO ocupou as ruas com um programa de reivindicações operárias, denunciando a ofensiva do imperialismo, da burguesia nacional e de seus representantes políticos contra os trabalhadores.

Desde as primeiras horas da manhã, militantes, simpatizantes, representantes de movimentos populares e delegações vindas de diversos locais — como Paraná, Rio de Janeiro e o interior paulista — se reuniram na Praça Oswaldo Cruz. O ato teve início com palavras de ordem em defesa da Palestina, entoadas ao som da Bateria Zumbi dos Palmares, e culminou em uma passeata pela Avenida Paulista até o MASP.

Entre os presentes estavam militantes da Frente Nacional de Lutas (FNL) e do Movimento Popular de Moradia (MPM). Uma banca da Loja do PCO foi montada, oferecendo livros, bandeiras, camisas e outros materiais políticos como parte da intensa campanha em defesa da resistência palestina e dos direitos da classe operária.

O 1º de Maio do PCO em fotos

Desde o primeiro momento, o caráter internacionalista da manifestação se fez sentir. As faixas, falas e palavras de ordem destacavam a defesa incondicional da resistência palestina.  No ato, foi ressaltado que a verdadeira solidariedade com o povo palestino não é limitada ao lamento passivo diante dos massacres, mas implica apoiar a sua luta de resistência armada — como fez o Vietnã contra o imperialismo japonês, francês e norte-americano. O exemplo vietnamita, lembrado no mês do 50º aniversário da libertação de Saigon, ressoou como um chamado à confiança revolucionária: mesmo um povo pequeno pode derrotar o maior aparato de guerra do planeta, se for determinado.

Uma das denúncias centrais do ato foi a escalada autoritária no Brasil, encabeçada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que vem substituindo as garantias democráticas por um regime de arbítrio. O PCO sofreu, mais uma vez, a repressão do aparato policial do Estado: impedido de utilizar seu carro de som diante da sede da Fiesp, o Partido teve que alterar a configuração do ato.

Como destacado durante o protesto, a Polícia Militar e o Judiciário têm se transformado em instituições que controlam, arbitrariamente, o exercício dos direitos políticos. Em vez de defender as liberdades democráticas, como proclamam, o STF e seus cúmplices vêm sistematicamente atacando os poucos direitos políticos que restam ao povo.

Enquanto isso, setores da esquerda pequeno-burguesa permanecem em silêncio ou até apoiam essas medidas, sob o pretexto de combater o bolsonarismo. Quem diz defender os trabalhadores, mas fecha os olhos para o avanço da repressão, está pavimentando o caminho para uma ditadura integral.

‘Estamos a meio caminho de uma ditadura’

O ato do PCO também se ergueu como denúncia direta à capitulação da CUT, que se recusou a organizar uma manifestação nacional neste 1º de Maio. Em vez disso, a maior central sindical da América Latina se associou à política da frente ampla, abandonando a data mais importante do calendário operário para não desagradar os “aliados” do governo Lula. Com isso, entregou de bandeja o espaço político às centrais patronais — Força Sindical, UGT, CTB e outras — que realizaram um show financiado por bancos e pela Fiesp.

Essa política, de abrir mão da mobilização independente dos trabalhadores para manter acordos com a burguesia, revela a impotência e a falência das direções sindicais controladas pela esquerda institucional. Para esses setores, o movimento operário deve servir como palanque eleitoral, não como força revolucionária.

O PCO, ao contrário, ergueu a bandeira da independência de classe, reafirmando que não é possível lutar contra a burguesia estando aliado a ela. O ato também apresentou um programa claro, baseado nas necessidades mais urgentes do povo trabalhador: aumento emergencial de 100% no salário mínimo, redução da jornada de trabalho para 35 horas semanais sem corte de salário, estatização da Petrobras e do sistema financeiro, cancelamento da dívida pública e o fim imediato da “independência” do Banco Central.

Além disso, o PCO desmascarou a campanha do movimento Vida Além do Trabalho (VAT), que propõe o fim da escala 6×1, mas sem defender nem a jornada semanal de 35 horas, nem o fim de semana livre. Trata-se, na prática, de um projeto patronal de flexibilização das jornadas — sem tocar nos lucros nem melhorar de fato a vida dos trabalhadores.

Diante da paralisia das direções tradicionais e da intensificação dos ataques contra os direitos políticos, sindicais e sociais, o PCO apontou a necessidade da formação de uma frente única de luta operária. Uma frente que reúna todos os setores dispostos a combater, nas ruas, o imperialismo, a burguesia nacional e seus agentes, como o STF.

Após a realização do ato na Avenida Paulista, os manifestantes se dirigiram ao Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP), localizado ali próximo, no bairro da República. No local, foi servido um delicioso churrasco, para fechar com chave de ouro o dia de luta independente, classista, internacionalista e revolucionário dos trabalhadores.

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Last Update: 02/05/2025