
A Operação Carbono Oculto, deflagrada nesta quinta-feira (28) em oito estados, não mira apenas o crime organizado e seus tentáculos no setor de combustíveis e nas fintechs. O avanço das investigações também deve alcançar políticos de peso, alguns no topo de partidos do Centrão. A expectativa é de impacto direto em figuras graúdas da direita, que agora acompanham o caso com apreensão, conforme informações do colunista Lauro Jardim, do Globo.
De acordo com os investigadores, o megaesquema comandado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) movimentava toda a cadeia de combustíveis, desde a importação irregular de metanol até a adulteração e a comercialização em postos.
O produto, que entrava no Brasil pelo Porto de Paranaguá (PR), deveria ser entregue a empresas químicas e de biodiesel, mas era desviado para abastecer postos controlados pelo grupo. A Receita Federal aponta que cerca de mil postos vinculados ao esquema movimentaram R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024.
A operação cumpriu mais de 350 mandados de prisão, busca e apreensão em São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Além da logística de combustíveis, o núcleo financeiro chamou a atenção: a fintech BK Bank funcionava como um “banco paralelo”, movimentando valores em espécie de forma atípica. Apenas entre 2022 e 2023, foram registrados mais de 10,9 mil depósitos em dinheiro vivo, somando R$ 61 milhões.
Outro braço do esquema operava por meio de fundos de investimento na Faria Lima. Segundo a Receita, ao menos 40 fundos, com patrimônio estimado em R$ 30 bilhões, foram usados para lavar e ocultar recursos ilícitos.
🇧🇷 PCC é alvo da maior operação contra o crime organizado já realizada no Brasil.
A facção teria controle de R$ 30 bilhões em fundos da Faria Lima e também sobre parte da cadeia de combustíveis com adulteração, fraude fiscal e lavagem de dinheiro.
A ação cumpre 200 mandados… pic.twitter.com/lzEeQvASNu
— Eixo Político (@eixopolitico) August 28, 2025