Mobilização pela redução da jornada é uma luta histórica do PT. O trabalho exaustivo afeta principalmente os mais pobres
Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (10) aponta que 65% dos brasileiros são a favor da redução da jornada de trabalho. A pauta ganhou força com o debate sobre o fim da escala 6×1 e mobiliza trabalhadores e trabalhadoras em todo o país. O tema chegou no Congresso com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 221/2019, de autoria do deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), vice-líder do governo Lula no Congresso Nacional, prevendo a redução da jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais.
A deputada Erika Hilton (Psol) e o Movimento Vida Além do Trabalho apresentaram uma proposta para acabar com a escala 6×1 que foi apensada ao texto do deputado Reginaldo Lopes e reforçaram a mobilização, que no final do ano passado invadiu as redes sociais. De acordo com o levantamento “Os Brasileiros e a Jornada de Trabalho”, feita pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados, o apoio à redução entre a população economicamente ativa chega a 66%, e entre os jovens, de 16 a 24 anos, é ainda maior, com 76% a favor.
O levantamento mostra que 27% dos brasileiros são contra a redução e 5% não são contra e nem a favor. Entre quem está desempregado, o apoio da redução da jornada de trabalho, que hoje é de 44 horas por semana, ficou em 73%. As mulheres também são mais favoráveis à diminuição da carga de trabalho formal. Ao todo, 68% delas apoiam o fim das 44h laborais semanais, contra 63% dos homens.
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Brasileiros com renda familiar de até um salário mínimo (70%) também se destacam ainda no apoio à proposta. Já entre os mais ricos, 58% são favoráveis às mudanças na Constituição, 8% não são a favor, nem contra e 33% são contra. A maior parte da população também apoia a redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais, o que faria com que fossem 4 dias de trabalho e 3 de descanso. 63% dos entrevistados foram favoráveis a essa proposta.
47% dos entrevistados disseram que se a jornada for menor, vão passar mais tempo com a família e 13% teriam mais cuidados com a própria saúde. A Nexus entrevistou, face a face, 2.000 cidadãos com idade a partir de 16 anos, nas 27 Unidades da Federação, entre 10 e 15 de janeiro. A margem de erro no total da amostra é de 2 p.p, com intervalo de confiança de 95%.
A jornada de trabalho exaustiva atinge principalmente os trabalhadores mais pobres, do comércio e da indústria. 55% dos brasileiros acreditam que a redução da jornada aumentaria a produtividade e 20% acreditam que diminuiria.
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