O senador Paulo Paim (PT-RS) rebateu a fala do economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, sobre a necessidade de o país congelar o salário mínimo por um período de seis anos. A medida, defendida por Fraga, seria uma forma de o país realizar um aperto fiscal e reduzir o gasto público.
Fraga participou da Brazil Conference, evento que ocorreu no último fim de semana na Universidade de Harvard e no Massachusetts Institute of Technology (MIT), em Cambridge, nos Estados Unidos.
Grande defensor da política de valorização do salário mínimo, o senador Paulo Paim lembrou dos benefícios que o ganho real – acima da inflação – traz para a sociedade. Além disso, o parlamentar classificou a afirmação do economista como um “absurdo”.
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“Absurdo falar em congelar o salário mínimo por seis anos. Ele beneficia 80 milhões de trabalhadores, fortalece o mercado interno, distribui renda e reduz desigualdades. Todos ganham: trabalhador com mais dinheiro, comércio vendendo mais e municípios arrecadando melhor”, elencou o senador Paim.
Absurdo falar em congelar o salário mínimo por 6 anos. Ele beneficia 80 milhões de trabalhadores, fortalece o mercado interno, distribui renda e reduz desigualdades. Todos ganham: trabalhador com mais dinheiro, comércio vendendo mais e municípios arrecadando melhor.…
— Senador Paulo Paim (@paulopaim) April 14, 2025
O presidente nacional do PT, senador Humberto Costa (PE), também fez duras críticas a proposta de Armínio Fraga.
“O ódio dessa gente não é contra o PT — é contra o povo tendo dignidade. Eles não suportam ver o trabalhador com emprego, o salário subindo, o pobre vivendo melhor. Seguimos na luta: sempre na defesa do povo brasileiro”, afirmou Humberto.
Não se enganem! O ódio dessa gente não é contra o PT — é contra o povo tendo dignidade. Eles não suportam ver o trabalhador com emprego, o salário subindo, o pobre vivendo melhor. Seguimos na luta: sempre na defesa do povo brasileiro! ✊ pic.twitter.com/iPpss29gQN
— Humberto Costa (@senadorhumberto) April 14, 2025
Lula mostra compromisso com as contas públicas
O presidente Lula sancionou, no fim do ano passado, a lei que modificou o reajuste do salário mínimo. Agora, com a nova legislação em vigor, o reajuste real anual será, no máximo, 2,5% acima da inflação entre 2025 e 2030.
A nova regra de reajuste adequa o crescimento do salário mínimo aos limites definidos pelo novo arcabouço fiscal. Dessa forma, o salário mínimo crescerá de 0,6% a 2,5% ao ano acima da inflação. Mesmo comprometido com a saúde das contas públicas, o governo Lula garantiu a continuação da valorização real dos salários.
Governo Lula retomou política de valorização
Ainda no primeiro ano do mandato, em 2023, o presidente Lula retomou a política de valorização do salário mínimo. Criada ainda em 2003, no primeiro mandato de Lula, a política havia sido abandonada por Bolsonaro em 2019.
De acordo com o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), desde que foi implementada, a política de valorização do salário mínimo produziu fortes impactos econômicos e sociais no Brasil. Cerca de 59,9 milhões de pessoas têm rendimento referenciado no salário mínimo. Com o reajuste para R$ 1.518, em vigor neste ano, estima-se que o incremento de renda na economia represente R$ 81,5 bilhões; e o aumento na arrecadação tributária sobre o consumo chegue a R$ 43,9 bilhões.
Do PT no Senado